Cidades criativas e a agenda internacional das políticas turístico-culturais de renovação urbana

Autores

  • Bruno Gontyjo do Couto Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Diretoria de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia. Brasília, DF/Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0339-6875

DOI:

https://doi.org/10.1590/2236-9996.2023-5702

Palavras-chave:

cidades criativas, política urbana, renovação urbana, cultura, política cultural

Resumo

Nas últimas décadas, categorias como “cidades criativas” e “distritos criativos” ganharam espaço na agenda tanto de universidades quanto de governos e organizações internacionais, propondo uma nova forma de pensar a política urbana que combina planejamento urbano, desenvolvimento, artes, cultura e turismo. O presente artigo procura analisar historicamente os processos de surgimento e disseminação dessa racionalidade político-discursiva que está na base de uma nova agenda internacional para as cidades. O foco está posto na reconstituição da rede sociodiscursiva envolvida na consagração dos setores criativos como estratégia de desenvolvimento urbano e como peça fundamental dos projetos de renovação urbana adotados no mundo todo.

Referências

ALVES, E. (2010). Diversidade cultural, patrimônio cultural material e cultura popular: a UNESCO e a construção de um universalismo global. Sociedade e Estado. Brasília, v. 25, n. 3, pp. 539-560.

ALVES, E. (2011). A economia simbólica da cultura popular sertanejo-nordestina. Maceió, Edufal.

ALVES, E. (2014). “As indústrias da criatividade e a cultura popular sertanejo-nordestina”. In: FARIAS, E.; MIRA, M.C. (org.). Faces contemporâneas da cultura popular. Jundiaí, Paco Editorial.

ALVES, E. (2012). A economia criativa do Brasil: o capitalismo cultural brasileiro contemporâneo. Latitude. Maceió, v.6, n. 2, pp. 191-214.

ALVES, E; COUTO, B. (2019). “Economia criativa” como categoria nativa: a atuação dos economistas e as condições de legitimação de um novo recurso de poder. Política & Sociedade. Florianópolis, v. 18, n. 41, p. 328-359.

BIANCHINI, F.; PARKINSON, M. (1993). Cultural policy and urban regeneration: the West European experience. Manchester, Manchester University Press.

BIDOU-ZACHARIASEN, C. (2003). “Introdução”. In: BIDOU-ZACHARIASEN, C. (org.). De volta à cidade: dos processos de gentrificação às políticas de ‘revitalização’ dos centros urbanos. São Paulo, Anablume.

BOAS, T. C.; GANS-MORSE, J. (2009). Neoliberalism: From New Liberal Philosophy to Anti-Liberal Slogan. Studies in Comparative International Development. Nova Iorque, v. 44, n. 2, p. 137–161.

BORJA, J; CASTELLS, M. (1997). Local and global: the management of cities in the information age. Londres, Routledge.

BOURDIEU, P.; WACQUANT, L. (2005). “Sobre las astucias de la razón imperialista”. In: WACQUANT, L. (org.). El misterio del ministerio: Pierre Bourdieu y la politica democratica. Barcelona, Gedisa.

BRITISH AND AMERICAN ARTS ASSOCIATION. (1989). Arts and the Changing City: An Agenda for Urban Regeneration. London, British and American Arts Association.

COUTO, B. (2019). A reinvenção do espaço urbano a partir da cultura e do entretenimento-turismo: o caso do Porto Maravilha no Rio de Janeiro. Tese de doutorado. Brasília, Universidade de Brasília.

COWAN, A. (2016). Nice Place to Visit Tourism and Urban Revitalization in the Postwar Rustbelt. Philadelphia, Temple University Press.

CRAIK, J. (1997). “The culture of tourism”. In: ROJEK, C; URRY, J. (org.). Touring Cultures. Londres, Routledge.

DUMAZEDIER, J. (2004). Sociologia empírica do lazer. São Paulo, Perspectiva.

EDWARDS, B. (1992). London Docklands: urban design in an age of deregulation. Oxford, Butterworth Architecture.

ESTADOS UNIDOS. (1973). The Central city problem and urban renewal policy. Washington, DC, Congressional Research Service.

FOUCAULT, M. (2008). Nascimento da biopolítica. São Paulo, Martins Fontes.

FREIRE-MEDEIROS, B. (2009). Gringo na laje: produção, circulação e consumo da favela turística. Rio de Janeiro, Editora FGV.

GONZÁLEZ, S. (2011). Bilbao and Barcelona ‘in Motion’. How Urban Regeneration ‘Models’ Travel and Mutate in the Global Flows of Policy Tourism. Urban Studies. v. 48, n. 7, pp. 1397–1418.

GREATER PHILADELPHIA CULTURAL ALLIANCE. (1975). An introduction to the economics of Philadelphia's cultural organizations: findings of an economic impact survey. Philadelphia, GPCA.

HALL, P. (1995). Cidades do amanhã. São Paulo, Perspectiva.

ISENBERG, A. (2017). Designing San Francisco: Art, Land, and Urban Renewal in the City by the Bay. Princeton, Princeton University Press.

JONAS, A.; WILSON, D. (1999). The urban growth machine, critical perspectives two decades later. New York, State University of New York Press.

LANDRY, C. (2011). “Prefácio”. In: REIS, A.; KAGEYAMA, P. (org.). Cidades criativas: perspectivas. São Paulo, Garimpo de Soluções.

LIMA JÚNIOR, P. (2003). Uma estratégia chamada “planejamento estratégico”: deslocamentos espaciais e atribuições de sentido na teoria do planejamento urbano. Tese de doutorado. Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

LIPOVETSKY, G.; SERROY, J. (2011). A cultura mundo. São Paulo, Cia das Letras.

MASSACHUSETTS. (1973). The arts, a priority for investment: the report of the Governor's Task Forces on the Arts & Humanities. Washington, D.C., National Conference of State Legislatures.

NOVA IORQUE. (1974). Report of the Mayor's Committee on Cultural Policy. Nova Iorque, The Committee.

SMITH, H.; FERRARI, M. (2012). Waterfront Regeneration Experiences in City-building. Londres, Routledge.

UNESCO. (2016a). Creatives Cities for sustainable development. Paris, Unesco.

UNESCO. (2004). Creatives Cities of Unesco for sustainable development. Paris, Unesco.

UNESCO. (2011). Culture and development: Report of the Director-General of the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. Paris, Unesco.

UNESCO. (2014). Culture and sustainable development Report of the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. Paris, Unesco.

UNESCO. (2016b). Culture, Urban Future: global report on culture for sustainable urban development. Paris, Unesco.

VAINER, C. (2000). “Pátria, empresa e mercadoria: planejamento estratégico urbano”. In: ARANTES, O. (org.). A cidade de pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis, Vozes.

WASHINGTON REGIONAL ARTS PROJECT. (1975). The arts in metropolitan Washington: some preliminary data on economics, financing, and organization. Washington D.C.

WEICHER, J. (1972). Urban renewal, national program for local problems. Washington, DC, American Enterprise Institute for Public Policy Research.

WIKIMEDIA. (2022). Maremagnum. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Maremagnum_BCN_04_2016_7056.jpg. Acesso em: 10 Abr 2022.

YÚDICE, G. (2013). A conveniência da cultura: usos da cultura na era global. Belo Horizonte, Editora UFMG.

YUDICE, G. (2008). Modelos de desarrollo cultural urbano: ¿gentrificación o urbanismo social?. Alteridades. Cidade do México, v.18, n. 36.

ZIPP, S. (2010). Manhattan Projects: The Rise and Fall of Urban Renewal in Cold War New York. Oxford, Oxford University Press.

Downloads

Publicado

2023-04-19

Como Citar

Couto, B. G. do. (2023). Cidades criativas e a agenda internacional das políticas turístico-culturais de renovação urbana. Cadernos Metrópole, 25(57), 397–417. https://doi.org/10.1590/2236-9996.2023-5702