Bike-sharing e desigualdades: os casos de São Paulo e do Rio de Janeiro

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.1590/2236-9996.2024-6013

Palabras clave:

desiguadade urbana, mobilidade urbana, mobilidade ativa, bicicleta

Resumen

Este trabalho buscou compreender as desigualdades de raça, gênero, renda e moradia dos usuários dos sistemas de compartilhamento de bicicleta nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Uma pesquisa amostral presencial (survey) foi feita e os dados obtidos foram comparados com os dados das cidades em relação aos marcadores sociais mencionados. Os resultados mostram que os sistemas são mais acessíveis para alguns grupos, como mulheres e pessoas negras, e menos acessíveis para outros, como pessoas de baixa renda, e, apesar de estarem localizados nos centros urbanos, conseguem manter a inclusão de grupos que não moram nessa região. A partir dos resultados, foi feita uma discussão sobre a inserção desses sistemas nas cidades brasileiras.

Biografía del autor/a

Victor Callil, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”

Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Faculdade de Ciências e Letras. São Paulo, SP/Brasil.

Daniela Costanzo, Centro Brasileiro de Análise e Planejamento

Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. São Paulo, SP/Brasil.

Juliana Shiraishi, Universidade Federal de São Paulo

Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. São Paulo, SP/Brasil.

Citas

ABRAMO, P. (2007). A cidade COM-FUSA: a mão inoxidável do mercado e a produção da estrutura urbana nas grandes metrópoles latino-americanas. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 9, n. 2, p. 25.

ALIANÇA BIKE (2019). Pesquisa de Perfil dos Entregadores Ciclistas de Aplicativo. Disponível em: https://aliancabike.org.br/pesquisa-de-perfil-dos-entregadores-ciclistas-de-aplicativo/. Acesso em: 10 jun 2023.

AMECICLO (2022). Contagem de ciclistas. Disponível em: <https://dados.ameciclo.org/contagens>. Acesso em: 20 jun 2023.

BENJAMIN, W. (1989). Walter Benjamin: obras escolhidas III. São Paulo, Brasiliense.

CICLOCIDADE (2021). Contagem de ciclistas. Disponível em: <https://www.ciclocidade.org.br/contagemde-ciclistas/>. Acesso em: 20 jun 2023.

COOPER, M. (2019). Family values: between neoliberalism and the new social conservatism. Nova York, Zone Books.

CROCCO, M.; GALINARI, R.; SANTOS, F.; LEMOS, M.; SIMÕES, R. (2006). Metodologia de identificação de aglomerações produtivas locais. Economia e Sociedade Brasileiras, Nova econ. v. 16, n. 2.

FEDERICI, S. (2017). Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo, Elefante.

FERNANDES, N. F.; GUIMARÃES, R. F.; GOMES, R. A. T.; VIEIRA, B. C.; MONTGOMERY, D. R.; GREENBERG, H. (2001). Condicionantes geomorfológicos dos deslizamentos nas encostas: Avaliação de Metodologias e Aplicação de Modelo de Previsão de Áreas Susceptíveis. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 2, n. 1. DOI: 10.20502/rbg.v2i1.8. Disponível em: https://rbgeomorfologia.org.br/rbg/article/view/8. Acesso em: 19 out 2023.

GOMIDE, A. A. (2003). Transporte urbano e inclusão social: elementos para políticas públicas. Brasília, Ipea.

GUIMARÃES, S. P. (2020). Por que meninas negras não aprendem a pedalar. Disponível em: https://itdpbrasil.org/por-que-meninas-negras-nao-aprendem-a-pedalar/. Acesso em: 2 mar 2023.

HARKOT, M. (2018). A bicicleta e as mulheres: mobilidade ativa, gênero e desigualdades socioterritoriais em São Paulo. Dissertação de mestrado. São Paulo, Universidade de São Paulo.

IBGE (2019). Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua: Pnad Contínua. Rio de Janeiro, IBGE.

______ (2021). Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua: Pnad Contínua. Rio de Janeiro, IBGE.

KERN, L. (2020). Feminist city: claiming space in a man-made world. Londres, Verso.

LEFEBVRE, H. (2001). O direito à cidade. São Paulo, Centauro.

LEMOS, L.; HARKOT, M.; SANTORO, P.; RAMOS, I. (2017). Mulheres, por que não pedalam? Por que há menos mulheres do que homens usando bicicleta em São Paulo, Brasil? Transporte y Territorio, v. 16, pp. 68-92.

LI, Z.; HENSHER, D. (2012). Congestion charging and car use: a review os stated preference and opinion studies and market monitoring evidence. Transport Policy, v. 20, pp. 47-61.

LOGIODICE, P. (2020). “Acessibilidade com bicicleta em São Paulo: compreendendo potencialidades e desafios”. In: CALLIL, V.; COSTANZO, D. (orgs.). Desafio: estudos de mobilidade por bicicleta 3. São Paulo, Cebrap.

MARINS, P. (2002). “Habitação e vizinhança: limites da privacidade no surgimento das metrópoles brasileiras”. In: SEVCENKO, N.; NOVAES, F. (orgs.). História da vida privada no Brasil, vol. 3. São Paulo, Companhia das Letras.

METRÔ (2023). Informações sobre o sistema. Disponível em: https://transparencia.metrosp.com.br/sites/default/files/Infraestrutura%20-%202023_6.pdf. Acesso em: 15 jun 2023.

METRÔ RIO (2023). Website. Disponível em: https://www.metrorio.com.br/. Acesso em: 15 jun 2023.

MONTEIRO, I. (2022). “Desigualdade racial no acesso à mobilidade urbana na cidade de São Paulo”. In: CALLIL, V.; COSTANZO, D. (orgs.). Caminhos e desafios para a mobilidade urbana no século XXI. São Paulo, Cebrap.

MOURA, C. (1988). Sociologia do negro brasileiro. São Paulo, Ática.

REDE NOSSA SÃO PAULO (2022). Mapa da desigualdade 2022. Disponível em: http://surl.li/gmgzs. Acesso em: 19 abr 2023.

SCHWARCZ, L. (1993). O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo, Companhia das Letras.

SERSLI, S.; TURREL, G.; BURTON, N.; BROWN, W.; HEESCH, K. (2021). Longitudinal associations between bicycling and having dependent children, in middle-aged men and women. Preventive Medicine Reports, v. 23.

SHAHEEN, S.; CHAN, N. (2016). Mobility and the sharing economy: potential to facilitate the first- and last-mile public transit connections. Built Environment, v. 42, n. 4, pp. 573-588. DOI: https://doi.org/10.2148/benv.42.4.573. Disponível em: <https://rgsa.emnuvens.com.br/rgsa/article/view/3303>. Acesso em: 10 jun 2023.

SIMMEL, G. (2005). As grandes cidades e a vida do espírito (1903). Mana, v. 11, n. 2.

TEMBICI (2022a). Micromobilidade no sul global. A atuação da Tembici na América Latina. São Paulo, Tembici.

______ (2022b). Relatório de impacto 2022. São Paulo, Tembici.

TORRES-FREIRE, C.; CALLIL, V.; CASTELLO, G. (2018). Impacto social do uso da bicicleta em São Paulo. São Paulo, Cebrap.

TORRES-FREIRE, C.; CALLIL, V.; PICANÇO, M. (2019). Impacto social do uso da bicicleta no Rio de Janeiro. São Paulo, Cebrap.

TRANSPORTE ATIVO e LABMOB-UFRJ (2021). Pesquisa Nacional sobre o Perfil do Ciclista Brasileiro. Rio de Janeiro, UFRJ.

Publicado

2024-06-04

Cómo citar

Callil, V., Costanzo, D., & Shiraishi, J. (2024). Bike-sharing e desigualdades: os casos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Cadernos Metrópole, 26(60), 685–706. https://doi.org/10.1590/2236-9996.2024-6013