Bichos de coturno: a relação entre bicheiros e milicianos da Zona Oeste

Autores/as

Palabras clave:

jogo do bicho, milícias, redes criminais, território

Resumen

Este artigo trata sobre as relações entre membros das redes criminais dos Andrade (conhecidas pelo jogo do bicho) e de milícias de Jacarepaguá e Campo Grande, majoritariamente. O período analisado vai de 1993 a 2008, percorrendo continuidades e descontinuidades nas relações entre Castor, seus sucessores, Fernando e Rogério, e três policiais militares que ingressaram eventualmente no que chamo de “primeira geração de milicianos”. Cruzando a teoria das Redes Criminais com a obra de David Harvey e o conceito de Ilegalismos, o artigo tenta apresentar, sinteticamente, a história dos territórios, os mercados que ali são inscritos pelo Estado e pelos agentes da ilegalidade e o cruzamento de relações pessoais e impessoais entre membros das redes criminais e do Estado.

DOI:

https://doi.org/10.1590/2236-9996.2024-6164729-pt

https://doi.org/10.1590/2236-9996.2024-6164729-en

Biografía del autor/a

Matheus Vieira, Universidade Federal Fluminense

Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências e Filosofia, Departamento de Sociologia e Metodologia de Ciências Sociais, Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Niterói, RJ/Brasil.

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Publicado

2024-10-16

Cómo citar

Vieira, M. (2024). Bichos de coturno: a relação entre bicheiros e milicianos da Zona Oeste. Cadernos Metrópole, 26(61), e6164729. Recuperado a partir de https://revistas.pucsp.br/index.php/metropole/article/view/64729