Por onde as mulheres escolhem caminhar? Segurança feminina em espaços públicos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/2236-9996.2024-6017

Palavras-chave:

segurança, mulher, caminhar, questionário, entrevistas caminhadas

Resumo

As mulheres tendem a regular suas atividades e limitar o uso dos espaços públicos a certas horas do dia, pela alta percepção de insegurança que atua como parte integrante da sua vida cotidiana. O objetivo desta pesquisa foi investigar os fatores objetivos e subjetivos para caminhar sob a perspectiva da segurança feminina, através de um Estudo de Caso realizado em Londrina – PR. As táticas abordadas foram questionários e entrevistas caminhadas para compreender os fatores socioespaciais que influenciam na escolha e os que inibem o caminhar. Os resultados indicam que a construção do “medo” ocorre por meio de relatos de terceiros e da mídia, enquanto o principal fator de “sentir-se” segura está relacionado ao movimento de pessoas pelo fato de serem vistas.

Biografia do Autor

Laís Regina Lino, Universidade Estadual de Londrina

Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Londrina, PR/Brasil.

Milena Kanashiro, Universidade Estadual de Londrina

Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Londrina, PR/Brasil.

Referências

CAPE – Centro de Análise, Planejamento e Estatística (2023). Secretaria de segurança pública do Paraná. Disponível em: https://www.seguranca.pr.gov.br/Cape. Acesso em: 14 maio 2023.

CARMONA, M. (2003). Lugares públicos - espaços urbanos: As dimensões do desenho urbano. Nova York, Routledge.

CHANT, S.; MCILWAINE, C. (2015). Cidades, favelas e gênero no sul global: Rumo a um futuro urbano feminizado. Nova York, Routledge.

COLLINS, P. H. (2015). Dilemas de definição da interseccionalidade. Revisão Anual de Sociologia, Palo Alto, v. 41, pp. 1-20.

COSTA, A. A. A. (2005). O movimento feminista no Brasil: dinâmicas de uma intervenção política. Revista Gênero. Bahia. v. 5, n. 2, pp. 1-20.

COPS, D.; PLEYSIER, S. (2001). ‘Doing gender’ in fear of crime: The impact of gender identity on reported levels of fear of crime in adolescents and young adults. The British Journal of Criminology. Oxford, v. 51, n. 1, pp. 58-74.

DE KONING, A. (2009). Gender, public space and social segregation in Cairo: of taxi drivers, prostitutes and professional women. Antipode. Londres, v. 41, n. 3, pp. 533-556.

DEERE, C. D. (2018). Objetivos de desenvolvimento sustentável, igualdade de gênero e a distribuição de terra na América Latina. Cadernos Pagu. São Paulo, v. 52, pp. 185-206.

DUNCKEL GRAGLIA, A. (2016). Finding mobility: women negotiating fear and violence in Mexico City’s public transit system. Gender, Place & Culture. México, v. 23, n. 5, pp. 624-640.

FERRARO, K. F. (1995). Fear of crime: Interpreting victimization risk. E.U.A., SUNY Press.

FURSTENBERG, F. F. (1971). “Public reaction to crime in the streets''. In: DITTON, J.; FARRALL, S. The Fear of Crime. Londres, Routledge.

GOLAN, Y. (2017). Gendered walkability: building a daytime walkability index for women in San Francisco. Tese de Doutorado. São Francisco, Universidade de São Francisco.

HILLIER, B. (2004). Can streets be made safe?. Urban design international, v. 9, n. 1, pp. 31-45.

IPPUL, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina. (2019). Perfil da Região Metropolitana de Londrina – 2014. Disponível em: https://portal.londrina.pr.gov.br/perfil-da-regiao-metropolitana. Acesso em: 18 jun 2023.

JACOBS, J. (1958). Morte e vida de grandes cidades. E.U.A., Random House.

JÚNIOR, L. G. S.; KIKUCHI, F. H. N.; PORTELLA, A. (2020). Avaliando o desempenho da caminhada: como a qualidade dos passeios influencia a percepção ambiental do usuário idoso. PIXO-Revista de Arquitetura, Cidade e Contemporaneidade. Pelotas, v. 4, n. 13, pp. 168-184.

KRONENBERGER, B. da C.; SABOYA, R. T. de. (2019). Entre a servidão e a beira-mar: um estudo configuracional da segregação socioespacial na Área Conurbada de Florianópolis (ACF), Brasil. Dissertação de Mestrado. Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina.

KUHN, A.; DA AGRA, C. (2010). Somos todos criminosos? Uma pequena introdução à criminologia e ao direito das sanções. São Paulo, Casa das letras.

LIMA, R. S. de; PAULA, L. de. (2008). Segurança pública e violência: o Estado está cumprindo o seu papel?. São Paulo, Contexto.

LOUKAITOU-SIDERIS, Anastasia. (2014). Fear and safety in transit environments from the women’s perspective. Security Journal. Londres, v. 27, n. 2, pp. 242-256.

LYRA, J. de F. C. (2019). As mulheres ocupam a cidade? Um olhar feminista e interseccional sobre a experiência urbana feminina no bairro da Jatiúca–Maceió/AL. Revista Ímpeto. Alagoas, n. 9, pp. 51-58.

MOHAMED, A. A.; STANEK, D. (2020). The influence of street network configuration on sexual harassment patterns in Cairo. Cities. Países Baixos, v. 98, pp. 102583.

MOSER, C. O. N. (2004). Urban violence and insecurity: an introductory roadmap. Environment and urbanization. Inglaterra, v. 16, n. 2, pp. 3-16.

NAVARRETE-HERNANDEZ, P.; VETRO, A.; CONCHA, P. (2021). Building safer public spaces: Exploring gender difference in the perception of safety in public space through urban design interventions. Landscape and Urban Planning, v. 214, pp. 104-180.

OLIVEIRA, M. et al. (2020). O desenho urbano e a desigualdade de gênero: um olhar sobre a rua. In: Seminário Internacional de Investigação em Urbanismo. Anais. São Paulo, pp 1-24.

PAIN, R. (2000). Place, social relations and the fear of crime: a review. Progress in human geography. Inglaterra, v. 24, n. 3, pp. 365-387.

PINA, A.; GANNON, T. A.; SAUNDERS, B. (2009). An overview of the literature on sexual harassment: Perpetrator, theory, and treatment issues. Aggression and violent behavior, v. 14, n. 2, p. 126-138.

PEREZ, C. C. (2019). Invisible women: Data bias in a world designed for men. Londres, Chatto & Windus.

REID, L. W.; KONRAD, M. (2004). The gender gap in fear: Assessing the interactive effects of gender and perceived risk on fear of crime. London, Sociological Spectrum, v. 24, n. 4, pp. 399-425.

SACCO, V. F. (1993). Social support and the fear of crime. Canadá, Canadian Journal of Criminology, v. 35, n. 2, pp. 187-196.

SADEGHI, F. S.; MIRHOSSEINI, Z. (2015). A Sociological Approach to the Women 's Perception of Fear of Crime in Urban Spaces. Irã, Iranian Sociological review, v. 13, n. 2, pp. 19-27.

SASAKI, N. D. et al. (2022). Análise da Microescala da Caminhabilidade: Aplicação do MAPS-Global em um bairro de baixa renda de uma cidade média brasileira. Florianópolis. Revista de Morfologia Urbana, v. 10, n. 1, pp. 1-18.

SVAB, H. (2016). Evolução dos padrões de deslocamento na região metropolitana de São Paulo: a necessidade de uma análise de gênero. Tese de Doutorado. São Paulo, Universidade de São Paulo.

SKOGAN, W. G.; MAXFIELD, M. G. (1981). Coping with crime: Individual and neighborhood reactions. Beverly Hills, CA: Sage Publications.

SMITH, W. R.; TORSTENSSON, M. (1997). Gender differences in risk perception and neutralizing fear of crime: Toward resolving the paradoxes. The British Journal of Criminology. Inglaterra, v. 37, n. 4, pp. 608-634.

STANKO, E. A. (1995). Women, crime, and fear. The Annals of the American Academy of Political and Social Science. World Health Organization, v. 539, n. 1, pp. 46-58.

SUR, P. (2014). Safety in the urban outdoors: Women negotiating fear of crime in the city of Kolkata. E.U.A. Journal of International Women's Studies, v. 15, n. 2, pp. 212-226.

TANDOGAN, O.; ILHAN, B. S. (2016). Fear of crime in public spaces: From the view of women living in cities. Países Baixos. Procedia Engineering, v. 161, pp. 2011-2018.

UTENG, T. P.; SINGH, Y. J.; LAM, T. (2019). Safety and daily mobilities of urban women—Methodologies to confront the policy of “invisibility”. In: Measuring Transport Equity. E.U.A., Elsevier.

WARR, M. (1984). Fear of victimization: Why are women and the elderly more afraid?. E.U.A. Social science quarterly, v. 65, n. 3, pp. 681-703.

WILSON, J. Q.; KELLING, G. L. (1982). Broken windows: the police and neighborhood safety. E.U.A. The Atlantic, v. 249, n. 3, pp. 29-38.

YATES, A. (2021). The ‘Noirʼ Side of Planning: White, Middle-Class Womenʼs Fear of Crime and Urban Design. Escandinávia. Nordic Journal of Urban Studies, v. 1, n. 1, pp. 42-56.

YIN, R. K. (2015). Estudo de Caso: Planejamento e métodos. Porto Alegre, Bookman editora.

ZEISEL, J. (2006). Inquiry by design: Environment/ behavior/ neuroscience in architecture, interiors, landscape, and planning. E.U.A., W.W. Norton.

Publicado

2024-06-01

Como Citar

Lino, L. R., & Kanashiro, M. . (2024). Por onde as mulheres escolhem caminhar? Segurança feminina em espaços públicos. Cadernos Metrópole, 26(60), 781–803. https://doi.org/10.1590/2236-9996.2024-6017