Por aqui e por ali, afetos e encontros
Abbas Kiarostami, uma pedagogia dos caminhos
DOI:
https://doi.org/10.23925/2318-9215.2023v9n1D15Palavras-chave:
Abbas Kiarostami, Caminhos, Afetos, Ética spinozianaResumo
RESUMO
A partir da experiência do filme O Viajante, de Abbas Kiarostami, este ensaio busca alcançar os caminhos de Qasem, protagonista do longa-metragem. Propomos bordejar como Qasem experimenta o poder de afetar e de ser afetado, como o seu corpo responde ao que o convoca, como se subtrai da lei moral, e se insere num circuito de experimentações de si, de compreensão da física e da química dos encontros. A pedagogia dos caminhos de Kiarostami, pressagia que, para chegar a dado lugar, os caminhos podem ser múltiplos: o caminho é uma questão de opção, de trajetória, limites e desvios, movimento que nunca se interrompe, embora a trajetória sempre tenha pausas, aberturas, brechas. Não é a moralidade que governa os caminhos kiarostamianos, são as errâncias, as deambulações, o desejo e a ética. Qasem nos dá uma problemática e nos faz pensar, ver, imaginar.
PALAVRAS-CHAVE: Abbas Kiarostami; Caminhos; Afetos; Ética spinoziana.
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