O reforço escolar:

“não sou bom de escola, sou bom de coração”

Autores

  • Marina Lara Rodrigues Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
  • Claudia Leme Ferreira Davis Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.23925/2175-3520.2022i55p30-39

Palavras-chave:

Núcleos de significação, Psicologia sócio-histórica, Reforço escolar, Sentido, Significado

Resumo

A pesquisa apresentada neste artigo identificou significações atribuídas por estudantes do ensino fundamental ao processo de reforço escolar. A partir da perspectiva teórica da Psicologia Sócio-histórica, conceitos fundamentais da constituição psicológica da criança no período escolar foram elencados. Com o referencial teórico foi criado um roteiro de entrevista, aplicado a estudantes de escolas particulares de São Paulo, sendo que este artigo traz uma das análises realizadas, com foco em um estudante. As respostas dos estudantes geraram uma análise qualitativa, utilizando o referencial teórico dos Núcleos de Significação, procedimento de análise elaborado por Aguiar e Ozella. A análise da entrevista de Caio trouxe significações a respeito do aluno que precisa de reforço escolar como sinônimo de “mau aluno”, contribuindo para a adoção de mecanismos de defesa por Caio, alimentados por sentimentos de exclusão, monotonia e cansaço com o ambiente escolar. A partir das informações encontradas, os adultos envolvidos com a criança podem reestruturar e orientar de forma diferente o processo de reforço escolar, visando à diminuição ou eliminação dos sentimentos de exclusão e desvalorização que o processo pode gerar.

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Publicado

2023-08-22

Edição

Seção

Artigos