Repensando a epistemologia: o conhecimento na era da complexidade e conectividade

Auteurs

  • Raquel Farias Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP
  • Francisco Antonio Serralvo Pontifícia Universidade Católica de São Paulo https://orcid.org/0000-0002-6384-0643

DOI :

https://doi.org/10.23925/2178-0080.2025v27i3.74610

Mots-clés :

epistemologia, complexidade, conectividade, pluralidade epistêmica, justiça cognitiva

Résumé

Este ensaio repensa a epistemologia a partir da condição contemporânea do conhecimento, estruturada pelas categorias de complexidade e conectividade. Argumenta-se que, em ecossistemas informacionais mediados por plataformas digitais, algoritmos e infraestruturas sociotécnicas, a produção e a validação do conhecimento ultrapassam a relação sujeito–objeto, configurando-se como processos distribuídos e institucionalmente condicionados. O texto articula contribuições da epistemologia social, bem como críticas feministas e decoloniais, para evidenciar como a pluralidade epistêmica, as injustiças cognitivas e as disputas por autoridade reconfiguram os critérios de objetividade. Sustenta-se, por fim, a necessidade de uma epistemologia ampliada, socialmente situada e normativamente responsável.

Biographie de l'auteur

Raquel Farias, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP

Mestranda em administração na PUC-SP. Profissional com mais de 20 anos de experiência em tecnologia, varejo e automação. Especialista em implantação de sistemas e soluções inovadoras com foco em resultados. Atua com gestão de projetos, ERP, telemetria e meios de pagamento. Fundadora da RCF Consultoria e líder em iniciativas voltadas à transformação digital e inovação corporativa e criadora da plataforma Vemdeco para transformação digital.Colabora de forma voluntária com a Shambhala, dirigindo a Coluna de TI Inovação, com foco em inovação, organização e automação de processos para otimização de resultados e evolução do SER. 

Références

Almeida, V. (2020, 11 de novembro). É preciso rever a imunidade das plataformas. Folha de S.Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/11/e-preciso-rever-imunidade-das-plataformas-diz-professor-associado-em-harvard.shtml

Almeida, V. (2022, 5 de dezembro). Regulação das plataformas digitais. Academia Brasileira de Ciências. https://www.abc.org.br/2022/12/05/regulacao-das-plataformas-digitais/

Barros, W. R. (n.d.). Autonomia viagiada: o fracasso de uma experiência de cooperativismo de plataformas. https://sigaa.ufba.br/sigaa/public/programa/defesas.jsf?id=1351&lc=pt_BR

Bender, E. M., Gebru, T., McMillan Major, A., & Mitchell, M. (2021). On the dangers of stochastic parrots: Can language models be too big? In Proceedings of the 2021 ACM Conference on Fairness, Accountability, and Transparency (pp. 610–623). ACM. https://doi.org/10.1145/3442188.3445922

Burrell, G., & Morgan, G. (2019). Sociological paradigms and organisational analysis (Reissue). Routledge. https://doi.org/10.4324/9781315609751

CAPES. (2023, 17 de março). Programas de pós-graduação terão 93 mil bolsas em 2023. https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/programas-de-pos-graduacao-terao-93-mil-bolsas-em-2023

CAPES. (2025, 14 de março). Bolsas CAPES atendem a 37% dos pós-graduandos do Brasil. https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/bolsas-capes-atendem-a-37-dos-pos-graduandos-do-brasil

Carneiro, S. (2015). Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. Selo Negro. https://books.google.com/books?id=-qw-jvCDTeYC

Cetic.br/NIC.br. (2024). TIC Domicílios 2023: pesquisa sobre o uso das tecnologias de Informação e Comunicação nos domicílios brasileiros. Comitê Gestor da Internet no Brasil. https://www.cgi.br/media/docs/publicacoes/2/20241104102822/tic_domicilios_2023_livro_eletronico.pdf

Crawford, K. (2021). Atlas of AI: Power, politics, and the planetary costs of artificial intelligence. Yale University Press. https://yalebooks.yale.edu/book/9780300264630/atlas-of-ai/

Cunha, I. F. (2022). Objetividade na Investigação Social: uma discussão entre pragmatismo e empirismo lógico. Cognitio: Revista de Filosofia, 23(1). https://doi.org/10.23925/2316-5278.2022v23i1:e56666

Danner, L. F. (2017). Qual herança da modernidade? Uma crítica ao universalismo como critério normativo e projeto cosmopolita. Educação e Filosofia 31, pp. 1191–1226. https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v31n62a2017-p1191a1226

Dijck, J. v., Poell, T., & Waal, M. d. (n.d.). Platform Mechanisms. https://academic.oup.com/book/12378/chapter/161973335

dos Santos Barrozo, V. L. (2022). Curadoria e preservação digital: diretrizes para a gestão de dados científicos. Dissertação (mestrado em Gestão e Organização do Conhecimento), Universidade Federal de Minas Gerais.

Evangelista, R. (2019). Review of Zuboff’s The Age of Surveillance Capitalism. Surveillance & Society, 17(1/2), 246–251. https://scholar.google.com/citations?user=zjN4T8IAAAAJ

Evangelista, R. (2023). Por uma etnografia do poder na inteligência artificial, no capitalismo de vigilância e no colonialismo digital. Aurora: Revista de Arte, Mídia e Política, 16(47), 112–133. https://revistas.pucsp.br/aurora/article/view/63042

Fricker, M. (2007). Epistemic injustice: Power and the ethics of knowing. Oxford University Press. https://academic.oup.com/book/32817

Goldman, A. I. (1999). Knowledge in a social world. Clarendon Press/Oxford University Press. https://academic.oup.com/book/32822

Haraway, D. (1988). Situated knowledges: The science question in feminism and the privilege of partial perspective. Feminist Studies, 14(3), 575–599. http://www.jstor.org/stable/3178066

Harding, S. (2004). The feminist standpoint theory reader: Intellectual and political controversies. Routledge. https://books.google.com/books/about/The_Feminist_Standpoint_Theory_Reader.html?id=qmSySHvIy5IC

Harding, S. (2019). Objectivity and diversity: Another logic of scientific research. University of Chicago Press.

IDC. (2024, May 7). Worldwide IDC Global DataSphere Forecast, 2024–2028: AI everywhere, but upsurge in data will take time. IDC Market Forecast. https://www.marketresearch.com/IDC-v2477/Worldwide-IDC-Global-DataSphere-Forecast-36971010/

Kaltner, L. F., & Santos, M. C. (2023). História do Pensamento Linguístico e Prática Gramatical no Brasil: É Possível Periodizar? Cadernos de Linguística, 4(1). https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.V4.N1.ID679.R

Latour, B. (2021). After lockdown: A metamorphosis. Polity. https://www.wiley.com/en-us/After+Lockdown%3A+A+Metamorphosis-p-9781509550012

McIntyre, L. (2018). Post truth. MIT Press. https://direct.mit.edu/books/book/3594/Post-Truth

Moraes, L. d., Silvério, I. C., Marques, R. A., Anaia, B. d., Paula, D. F., Faria, M. C., Cleveston, I., Correia, A. d., & Freitag, R. M. (2024). Análise de ambiguidade linguística em modelos de linguagem de grande escala (LLMs). arXiv preprint. https://doi.org/10.48550/arXiv.2404.16653

Não caia em fake news: aprenda a identificar notícias falsas sobre vacinação. (2024, 18 de julho). Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/julho/nao-caia-em-fake-news-aprenda-a-identificar-noticias-falsas-sobre-vacinacao

NIC.br. (2023, 16 de novembro). Classes C, D e E impulsionam o crescimento da conectividade à Internet nos lares brasileiros, mostra TIC Domicílios 2023. https://www.cgi.br/noticia/releases/classes-c-e-de-impulsionam-crescimento-da-conectividade-a-internet-nos-lares-brasileiros-mostra-tic-domicilios-2023/

Pew Research Center. (2024, 14 de novembro). Public trust in scientists and views on their role in policymaking. https://www.pewresearch.org/topic/science/trust-in-science/

Pismel, A. C., Lobo, J. A., Oliveira, M. E., & Sturari, V. d. (2023). Refazendo agendas, objetos e olhares: caminhos e perspectivas para a ciência política no Brasil. Temáticas, 31(62), 321–355. https://doi.org/10.20396/tematicas.v31i62.18499

Poell, T., Nieborg, D. B., & Duffy, B. E. (2021/2022). Platforms and cultural production. Polity. https://books.google.com/books/about/Platforms_and_Cultural_Production.html?id=Y3lIEAAAQBAJ

Rubini, F. M., Grutzmacher, N. L., & Silva, M. P. (2024). Tecnologias digitais da educação na perspectiva da epistemologia da complexidade. Revista Professare, 6(2), 1–12. https://doi.org/10.36311/2024.978-65-5954-633-6

Santos, B. de S. (2019). O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do Sul. Autêntica/Almedina. https://books.google.com/books/about/O_fim_do_imp%C3%A9rio_cognitivo.html?id=ZBOUDwAAQBAJ

van Dijck, J., Poell, T., & de Waal, M. (2018). The platform society: Public values in a connective world. Oxford University Press. https://academic.oup.com/book/12378

Téléchargements

Publiée

2025-09-01

Comment citer

Farias, R., & Serralvo, F. A. (2025). Repensando a epistemologia: o conhecimento na era da complexidade e conectividade. Revista Administração Em Diálogo - RAD, 27(3), 1–8. https://doi.org/10.23925/2178-0080.2025v27i3.74610

Numéro

Rubrique

Editorial