A alegoria do diabo como crítica irônica ao capitalismo na obra de Machado de Assis

Autores

  • Alessandro Gomes Enoque Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

DOI:

https://doi.org/10.23925/1677-1222.2023vol23i1a6

Palavras-chave:

Machado de Assis, A Igreja do Diabo, Sermão do Diabo, Capitalismo, Ironia

Resumo

Entre os diversos percursos analíticos relativos à obra de Machado de Assis, um dos que mais parece chamar a atenção é aquele que busca aproximações entre os discursos literário e religioso (Cantarela, 2015; Alves; Oliveira; Ivan, 2014; Maia, 2015; Silva, 2016; Proença, 2010; Nova, 1992; Schmidt; Silva, 1978; Brum, 2009). Nesse sentido, para Cantarela (2015), existiriam pelo menos três modelos de leitura do diálogo entre religião e literatura, quais sejam: (a) o modelo dialógico da literatura comparada (caracterizado pela busca de traços de intertextualidade entre a Bíblia e outras obras canonizadas pelas tradições religiosas com a literatura); (b) o modelo dialógico teorizado (caracterizado pela busca de justificativas teóricas para o diálogo entre religião e literatura); e, por fim, o (c) modelo dialógico temático (compreende que a interlocução entre o discurso teológico e o literário pode ser construído a partir de elementos do mundo vivido e com foco em variados temas). Para fins específicos deste artigo, optamos por um modelo analítico que compreenda tanto o dialógico de literatura comparada quanto o dialógico temático. Seguimos esse caminho, já que o nosso objetivo consiste, fundamentalmente, em analisar, nos contos machadianos A Igreja do Diabo e o Sermão do Diabo, a forma como o autor faz uma crítica social irônica ao capitalismo brasileiro de fins do século XIX e início do século XX. É importante destacar que, embora haja obras que tenham a temática da crítica social como um elemento central (Couto, 2016; Bosi, 2004), nenhuma delas parte da alegoria do Diabo.

Biografia do Autor

Alessandro Gomes Enoque, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Professor Associado da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Pontal (PPGEP/PONTAL) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pós-Doutor em Sciences Humaines pela École des Sciences de la Gestion (ESQ) da Université du Québec à Montréal (UQAM). Doutor em Ciências Humanas (Sociologia e Ciência Política) pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (FAFICH/UFMG). Mestre em Administração de Empresas (Área de Concentração: Organizações e Recursos Humanos) pela Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (FACE/UFMG).

Referências

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Publicado

2023-07-27

Edição

Seção

Seção Temática