Orientalismo e whitewashing na forma como Mortal Kombat representa divindades asiáticas

Resumo

Este estudo analisa como a série Mortal Kombat perpetua o orientalismo e o whitewashing na representação de divindades asiáticas. Divindades como Raiden e Fujin do xintoísmo, além de onis do folclore japonês, são retratadas com características físicas e trajes que não correspondem à sua cultura original. Raiden, por exemplo, usa um chapéu cônico de palha, mais característico da Ásia continental do que do Japão. O whitewashing é evidente com personagens asiáticos frequentemente interpretados por atores brancos. A representação de onis é problemática, dividida em categorias de onis “inferiores” e “superiores”, onde os primeiros mantêm características tradicionais japonesas, enquanto os últimos se aproximam da iconografia ocidental de demônios. A personagem Ashrah, inspirada na deusa cananeia Ašera, é erroneamente classificada como oni, demonstrando uma fusão inadequada de mitologias asiáticas distintas. Essas práticas refletem o imperialismo cultural e a visão eurocêntrica da indústria de entretenimento estadunidense.