DEVIR
Mulher como potência para uma história outra
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2767.2021v72p5-29Palavras-chave:
Devir-mulher, História das mulheres, Devir minoritárioResumo
Neste artigo, discutimos as múltiplas possibilidades de pensar e escrever a história, mais especificamente a história das mulheres, tomando como referência o conceito de devir-mulher conforme apresentado por Deleuze e Guattari em Mil Platôs. O devir-mulher na historiografia abre possibilidades de questionamento dos jogos essencialistas de identidades formadas pelas narrativas históricas hegemônicas determinantes das políticas de gênero e sexualidade e traz possibilidades de produzir novas subjetividades ainda não capturadas pela forma de existir da colonialidade patriarcal. Nesse sentido, o devir-mulher, como devir minoritário, como resistência, subverte os discursos marcados pelo poder patriarcal, reivindica modos específicos de ser sujeito, transpõe, dribla, constrói linhas de fuga, produz saberes/poderes particulares, locais, regionais, diferenciados, não unânimes e politicamente divergentes e convoca a criação de uma história outra. Trata-se, agora, de uma história que não aprisiona os corpos, os pensamentos, as sensibilidades.
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