DEVIR

Mulher como potência para uma história outra

Autores

  • Losandro Antonio Tedeschi Universidade Federal da Grande Dourados, UFGD
  • Sirley Lizott Tedeschi Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, UEMS

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2767.2021v72p5-29

Palavras-chave:

Devir-mulher, História das mulheres, Devir minoritário

Resumo

Neste artigo, discutimos as múltiplas possibilidades de pensar e escrever a história, mais especificamente a história das mulheres, tomando como referência o conceito de devir-mulher conforme apresentado por Deleuze e Guattari em Mil Platôs. O devir-mulher na historiografia abre possibilidades de questionamento dos jogos essencialistas de identidades formadas pelas narrativas históricas hegemônicas determinantes das políticas de gênero e sexualidade e traz possibilidades de produzir novas subjetividades ainda não capturadas pela forma de existir da colonialidade patriarcal. Nesse sentido, o devir-mulher, como devir minoritário, como resistência, subverte os discursos marcados pelo poder patriarcal, reivindica modos específicos de ser sujeito, transpõe, dribla, constrói linhas de fuga, produz saberes/poderes particulares, locais, regionais, diferenciados, não unânimes e politicamente divergentes e convoca a criação de uma história outra. Trata-se, agora, de uma história que não aprisiona os corpos, os pensamentos, as sensibilidades.

Biografia do Autor

Losandro Antonio Tedeschi, Universidade Federal da Grande Dourados, UFGD

Professor Doutor em Historiografia Latino Americana

Coordenador do LEGHI - Laboratório de Estudos de Gênero, História e Interculturalidade e Catedra UNESCO "Gênero e Fronteiras"

Sirley Lizott Tedeschi, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, UEMS

Doutora em Educação,  pesquisadora e colaboradora da Catedra UNESCO "Gênero e Fronteiras" e professora do PROFEDUC e PROFHISTORIA da UEMS/MS.

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Publicado

2021-12-14

Como Citar

Tedeschi, L. A., & Tedeschi, S. L. (2021). DEVIR: Mulher como potência para uma história outra. Projeto História : Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados De História, 72, 5–29. https://doi.org/10.23925/2176-2767.2021v72p5-29