Gênero e sexualidade em histórias de vida de mulheres do tráfico
Entre rupturas e permanências
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2767.2021v72p107-132Palavras-chave:
Gênero, Mulheres, Tráfico de drogas, História de vida, Discurso heteronormativoResumo
O artigo objetiva identificar, nas narrativas de histórias de vida de mulheres envolvidas com o tráfico de drogas e privadas de liberdade, as rupturas e as permanências com o discurso heteronormativo de gênero e sexualidade. Realizou-se uma pesquisa qualitativa e obtiveram-se oito entrevistas de história de vida que foram submetidas à análise de discurso. As narrativas são construídas nas múltiplas posições assumidas, ora no campo das continuidades, ora das descontinuidades, especialmente em relação às normas de gênero. A permanência das narradoras nas construções hegemônicas de gênero precisa ser pensada devido à força dos discursos que regulam e produzem os gêneros, cujos efeitos remontam à “naturalização” de comportamentos que fundamentam inúmeras relações de poder em sociedade.
Referências
BADINTER, E. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985.
BENITES, A. P. O.; BARBARINI, N. Histórias de vida de mulheres e saúde da família: algumas reflexões sobre gênero. Psicologia & Sociedade, v. 21, n. 1, 2009, pp. 16-24. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/psoc/v21n1/03.pdf Acesso: 03 out. 2019.
BISPO, R.; COELHO, M. C. Emoções, gênero e sexualidade: apontamentos sobre conceitos e temáticas no campo da Antropologia das Emoções. Cadernos de campo, v. 28, n.2, 2019, pp. 186-197. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v28i2p186-197
BRASIL. Lei n. 12.852 de 5 de agosto de 2013. Institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e as diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude – SINAJUVE. Diário Oficial da União, Brasília, n. 150, p. 01-04, 6 de agosto de 2013, Seção I.
BRASIL. Ministério da Justiça. Dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, INFOPEN, 2020. Disponível em https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMTVlMWRiOWYtNDVkNi00N2NhLTk1MGEtM2FiYjJmMmIwMDNmIiwidCI6ImViMDkwNDIwLTQ0NGMtNDNmNy05MWYyLTRiOGRhNmJmZThlMSJ9 Acesso: 11 de jun. 2021.
BUTLER, J. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do sexo. In: LOURO, G. L. (Org). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2. ed. Belo Horizonte, Autêntica, 2000, pp. 151-166.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 8. ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2015.
BUTLER, J. Deshacer el género. Espana: Paidós, 2016.
BUTLER, J. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 10. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
LANG, A. B. S. et al. História oral, Sociologia e pesquisa: a abordagem do CERU. São Paulo: Humanitas, 2010.
LOURO, G. L. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, G. L. (Org). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000, pp. 07-35.
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
MOREIRA, V. S. Impactos do envolvimento de mulheres presidiárias com o fenômeno das drogas. Dissertação de Mestrado em Enfermagem, UFBA, Salvador, Brasil, 2012. 124p. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/11765/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o_Enf_Vanessa%20Moreira.pdf Acesso: 03 out. 2019.
MOURA, M. J. Porta fechada, vida dilacerada – mulher, tráfico de drogas e prisão: estudo realizado no presídio feminino no Ceará. Dissertação de Mestrado em Políticas Públicas e Sociedade, UECE, Fortaleza, Brasil. 2005, 145p. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=132868 Acesso: 30 jun. 2021.
NEPOMUCENO, M. A. Ser e não ser: ambivalência nas identidades de gênero. Revista Ártemis, n.2. João Pessoa, 2005, pp. 119-129.
PORTELLI, A. “O que faz a história oral diferente”. Projeto História, n. 14, 1997, pp. 25-39.
PORTELLI, A. Um trabalho de relação: observações sobre a história oral Revista Trilhas da História. v.7, n. 13, 2017, pp.182-195. Disponível em: https://trilhasdahistoria.ufms.br/index.php/RevTH/article/view/5306 Acesso: 30 jun. 2021.
SALGADO, M.G. S. Subjetividade, gênero e poder: a expressão cultural da emoção na integração médico-paciente. Revista Mal-estar e Subjetividade, v. III, n. 2, 2003, pp. 311 - 352. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/malestar/v3n2/05.pdf Acesso: 09 jun. 2021.
SCOTT, J. W. “Gênero, uma categoria útil de análise histórica”. Educação e Realidade, v. 16, n. 2, 1990, pp. 05-21.
SILVA, E. E. D. A (des) construção social de identidades de mulheres criminosas: estigmas, negociações e diferenças. Tese de Doutorado em Ciências Sociais UFCG. Campina Grande, Brasil, 2012. 313p.
SOARES, B. M.; ILGENFRITZ, I. Prisioneiras: vida e violência atrás das grades. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.
SOUZA, T. M. S. A emoção como tecnologia de poder e gênero. Projeto História, n. 34, 2007, pp. 49-67. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/2466/1561 Acesso: 24 jun. 2021.
SPINK, M. J. Linguagem e produção de sentidos no cotidiano. Rio de Janeiro, Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2010.
SPINK, M. J. et al. Uso de repertórios linguísticos em pesquisa. In: SPINK, M. J. et al (Org.). A produção de informação na pesquisa social: compartilhando ferramentas. Rio de Janeiro, Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2014, pp. 229-246.
SPINK, M. J.; MEDRADO, B. Produção de sentidos no cotidiano: uma abordagem teórico-metodológica para análise das práticas discursivas. In: SPINK, M. J. (Org.). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. 2. ed. São Paulo, Cortez, 2000, pp. 41-62.
TEDESCHI, L. A. Os lugares da história oral e da memória nos estudos de gênero. OPSIS, Catalão, v. 15, n. 2, 2015, pp. 330-343. DOI: https://doi.org/10.5216/o.v15i2.33931
Downloads
Publicado
Versões
- 2022-01-12 (3)
- 2022-01-04 (2)
- 2021-12-14 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Projeto História : Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.