Do sertão para o mar

O papel do Rio de Janeiro na "atlantização" da economia paulista nos tempos da independência

Autores

  • José Rogério Beier Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2767.2022v74p7-41

Palavras-chave:

Economia açucareira, Infraestrutura viária, Mercado externo, São Paulo, Rio de Janeiro

Resumo

Este artigo analisa o papel do Rio de Janeiro no processo de atlantização da economia paulista, sobretudo, a partir da chegada da corte na então capital da América portuguesa em 1808. Ainda que este processo viesse se desenrolando desde o último quartel do Setecentos, aqui centramos o foco de nossas análises “nos tempos da Independência”, pois entendemos ter havido uma aceleração desse processo justamente nesse período. Assim, em meio ao processo de integração da capitania paulista aos circuitos marítimos do sistema mercantil do Império português, buscamos relacionar a consolidação da lavoura canavieira exportadora no planalto paulista, à formação de um subsistema de comércio terrestre-marítimo que comunicava as áreas produtoras, localizadas no interior da capitania, a Santos e Rio de Janeiro, principais portos de escoamento dos produtos paulistas destinados à exportação.

Biografia do Autor

José Rogério Beier, Universidade de São Paulo (USP)

Departamento de História - FFLCH - USP
Laboratório de  Estudos de Cartografia Histórica

Referências

FONTES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FONTES MANUSCRITAS

MAPAS de Importação e Exportação do porto de Santos. Fundo Real Junta de Comércio, cx. 448, pacote 1, Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, 1809-1821.

FONTES IMPRESSAS

BALBI, A. Essai Statistique sur le Royaume de Portugal et d'Algarve. Lisboa; Coimbra: Imprensa Nacional-Casa da Moeda; Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, 2004, 2 tomos. [1ª ed. 1822].

BRASIL. Lei nº 16, de 12 de agosto de 1834. Faz algumas alterações e addições à Constituição Política do Império, nos termos da Lei de 12 de outubro de 1832. Collecção das Leis do Império do Brasil. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1866.

CASTRO E MENDONÇA, A. M. de M. Memória Econômico Política da Capitania de S. Paulo. Primeira Parte. Anais do Museu Paulista, São Paulo, Separata do volume XV, 1961.

CASTRO E MENDONÇA, A. M. de M. Memória sobre os objetos mais interessantes da Cap.nia de S. Paulo entregue ao Ilm.o e Exm.o sr Antonio José da Franca e Horta do Con.o de S. A. R. Gov.or e Cap.m Gen.l da M.ma por Antonio Manoel de Mello Castro e Mendonça. Anais do Museu Paulista, São Paulo, t. XVIII, 1964.

CASTRO E MENDONÇA, A. M. de M. Mappa dos Animaes q.’ entrarão nesta Capitania de S. Paulo pelo Reg.to de Coritiba vindos do Contint.e do Sul nos dous Trienneos que principiarão em Janeiro de 1793, e findarão em Dezembro de 1798. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 15, doc. 25, p. 246, 1961.

EGAS, E.; MELLO, O. M. (orgs.). Annaes da Assembléa Legislativa Provincial de São Paulo: 1835-1836. São Paulo: Secção de Obras d’ “O Estado de S. Paulo”, 1926.

EGAS, E. Galeria dos Presidentes de S. Paulo. Período Monarchico: 1822-1889. São Paulo: Secção de Obras D’ “O Estado de S. Paulo”, vol. 1, 1926.

MAPPA de importação e exportação do porto de Santos para o anno de 1816. Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de São Paulo. Maço 1. 1721-1822 (Tempo Colonial). Vol. II. São Paulo: Tip. do Globo, 1943, pp. 40-57.

MAPPA de importação e exportação do porto de Santos para o anno de 1818. Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de São Paulo. Maço 1. 1721-1822 (Tempo Colonial). Vol. III. São Paulo: Tip. do Globo, 1943, pp. 71-77.

MAPPA de importação e exportação do porto de Santos para o anno de 1821. Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de São Paulo. Maço 1. 1721-1822 (Tempo Colonial). Vol. IV. São Paulo: Tip. do Globo, 1943, pp. 55-77.

MÜLLER, D. P. Ensaio d’um quadro estatístico da provincia de S. Paulo. 3ª ed. facsimilada. Introdução de Honório de Syllos. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, 1978, 266p. [1ª ed. 1838].

RELATÓRIO do Capitão General Bernardo José de Lorena. [c. 1797]. In: Documentos Interessantes para a História e Costumes de São Paulo. Diversos (1766-1816), v. 15, pp. 124-125

SÃO PAULO (Província). Lei no 11, de 24 de março de 1835. Determina o estabelecimento de barreiras em todas as estradas existentes ou que de novo se abrirem, atravessando a Serra do Mar nesta Província, ou seguindo para o Rio de Janeiro, para cobrança da taxa que deverá ser aplicada às obras das mesmas estradas. Disponível em: <https://cutt.ly/yWV2258>. Acesso em 11 set. 2021.

SPIX, J. B. von; MARTIUS, C. F. P. von. Travels in Brazil, in the years 1817-1820. Vol. 2. London: Longman, Hurst, Rees, Orme, Brown and Green, 1824. Disponível em: <https://cutt.ly/KY3WoRd>. Acesso em: 17 dez. 2021.

BIBLIOGRAFIA

ARRUDA, J. J. de A. A essencialidade agropastoril da economia colonial: a fazenda mista paulista. História, São Paulo, v. 39, 2020. Disponível em: <https://cutt.ly/dEyqiVY>. Acesso em 17 set. 2021.

ARRUDA, J. J. de A. Decadência ou crise do Império Luso Brasileiro: o Novo Padrão de Colonização do século XVIII. Revista USP, São Paulo, n. 46, pp. 66-78, 2000.

ARRUDA, J. J. de A. O Brasil no Comércio Colonial. São Paulo: Ática, 1980, 710p.

BEIER, J. R. Caminhos para o Atlântico Sul: a reconfiguração do sistema de comunicações e de transportes em São Paulo durante a consolidação da economia açucareira (1788-1840). 2022. 351f. Tese (Doutorado em História Econômica) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022.

BELLOTTO, H. L. Autoridade e conflito no Brasil colonial: o governo do Morgado de Mateus em São Paulo (1765-1775). 2ª edição revista. São Paulo: Alameda, 2007, 340p. [1ª ed. 1979].

ESCHWEGE, W. L. von. Brasil, Novo Mundo. Tradução Myriam Ávila. Estudo introdutório e notas Friedrich E. Renger. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro; Centros de Estudos Históricos e Culturais, 2000, v. 2, 173p. [1ª ed. 1824].

ESCHWEGE, W. L. von. Jornal do Brasil, 1811-1817: ou Relatos diversos do Brasil, coletados durante expedições científicas. Notas introdutórias de Friedrich E. Renger e Douglas Cole Libby. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro; Centro de Estudos Históricos e Culturais, 2002, 408p.

FERLINI, V. L. A. Uma capitania dos novos tempos: economia, sociedade e política na São Paulo restaurada (1765-1822). Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 17, n. 2, pp. 237-250, jul.-dez. 2009.

MAGALHÃES, J. R. Palavras prévias. In: BALBI, A. Essai Statistique sur le Royaume de Portugal et d'Algarve. Lisboa; Coimbra: Imprensa Nacional-Casa da Moeda; Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, 2004, 2 tomos.

MATTOS, R. de. Política e negócios em São Paulo: da abertura dos portos à independência (1808/1822). 2015. 311 f. Tese (Doutorado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.

MATTOS, R. de. Política, administração e negócios: a Capitania de São Paulo e sua inserção nas relações mercantis do Império português (1788-1808). 2009, 220 f. Dissertação (Mestrado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

MICHELI, M. V. São Paulo: diversificação agrícola, consolidação interna e integração no mercado atlântico (1765-1821). 2018. 320 f. Dissertação (Mestrado em História Econômica) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

MORAES, A. C. R. Formação colonial e conquista de espaços. Território e História no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Annablume, 2005, pp. 61-73. [1ª ed. 2004].

MOURA, D. A. S. de. Entre o Atlântico e a costa: confluência de rotas mercantis num porto periférico da América portuguesa (1808-1822). Tempo, Rio de Janeiro, v. 17, n. 34, pp. 95-116, jun. 2013.

NOVAIS, F. A. Notas para o estudo do Brasil no comércio internacional do fim do século XVIII e início do século XIX (1796-1806)". In: Aproximações: ensaios de história e historiografia. São Paulo: Cosac Naify, 2005, pp. 105-126. [1ª ed. 1971].

NOVAIS, F. A. O reformismo ilustrado luso brasileiro: alguns aspectos. Revista Brasileira de História, São Paulo, n. 7, pp. 105-118, 1984.

PETRONE, M. T. S. A lavoura canavieira em São Paulo: expansão e declínio (1765-1851). São Paulo: Difel, 1968, 246p.

PRADO JÚNIOR, C. História Econômica do Brasil. 24ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1980, 364p. [1ª ed. 1945].

PRADO JÚNIOR, C. O fator geográfico na formação e no desenvolvimento da cidade de São Paulo. In: Evolução política do Brasil e outros estudos. 6ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1969, p. 93-110. [1ª ed. 1933].

PRADO JÚNIOR, C. Vias de comunicação e transporte. In: Formação do Brasil contemporâneo. Colônia. 23ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2008, pp. 235-263. [1ª ed. 1942].

SAMPAIO, T. F. São Paulo no século XIX. Revista do IHGSP, São Paulo, v. 6, pp. 159-205, 1900-1901.

SANTOS, C. M. dos. Algumas notas sobre a economia de São Paulo no final do século XVIII. Revista do Arquivo Municipal, São Paulo, ano 37, v. 186, pp. 145-162, 1974.

SANTOS, C. M. dos. O Rio de Janeiro e a conjuntura Atlântica. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1993, 290p.

SANTOS, C. M. dos. Relações comerciais do Rio de Janeiro com Lisboa (1763-1808). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1980, 237p.

SERRATH, P. O. M. Dilemas e conflitos na São Paulo restaurada: formação e consolidação da agricultura exportadora (1765-1802). 2007, 316 f. Dissertação (Mestrado em História Econômica) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

SILVA, F. A. da. Diversificação e concentração no mercado interno paulista (1780-1870). São Paulo, 2003, 258f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

TAUNAY, A. d'E. Um capitão general estatista. Anais do Museu Paulista, São Paulo, tomo XV, pp. 41-80, 1961.

Downloads

Publicado

2022-09-01

Como Citar

Beier, J. R. (2022). Do sertão para o mar: O papel do Rio de Janeiro na &quot;atlantização&quot; da economia paulista nos tempos da independência. Projeto História : Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados De História, 74, 7–41. https://doi.org/10.23925/2176-2767.2022v74p7-41