Integralismo brasileiro e a circulação de ideias fascistas
Um diálogo intelectual sobre nacionalismo e corporativismo
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2767.2023v78p12-39Palavras-chave:
Fascismo, Integralismo brasileiro, Nacionalismo, CorporativismoResumo
A Ação Integralista Brasileira (AIB) empreendeu seu projeto de Estado no Brasil dos anos 1930, conformando-se enquanto maior organização fascista extra europeia. Seu programa foi concebido por intelectuais que circulavam em um horizonte pautado por convenções linguísticas, marcadas pelo vocabulário normativo do período. Assim, objetiva-se investigar as proposições integralistas acerca dos fascismos que se estabeleceram de forma sincrônica à AIB. Busca-se compreender, a partir do periódico A Offensiva e do livro O integralismo e o mundo (1936), de Gustavo Barroso, como o integralismo pronunciava-se em relação a outros grupos fascistas europeus, notadamente acerca das propostas nacional-corporativas.
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