Susceptibilidade natural à erosão nas áreas de pastagem da sub-bacia hidrográfica do ribeirão Santa Cruz, no município de Muniz Freire (ES)
DOI:
https://doi.org/10.23925/2179-3565.2021v12i1p83-96Palabras clave:
Geoprocessamento, Gestão dos recursos naturais, Perda de solo Pecuária, Planejamento ruralResumen
A pecuária, embora possua significativa relevância econômica, é causadora de diversos problemas relacionados à erosão. Tal fato se torna ainda mais preocupante em contexto de bacia hidrográfica. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a vulnerabilidade natural à erosão nas áreas de pastagem da sub-bacia hidrográfica do ribeirão Santa Cruz (BHRSC), com a finalidade de apoiar melhorias referentes à conservação dos solos associada com a produtividade econômica local. Os procedimentos ocorreram com auxílio do sistema de informações geográficas ArcGIS®. As bases de dados cartográficos foram os sítios eletrônicos do GEOBASES, da Agência Nacional de Águas e do Instituto Jones dos Santos Neves. Inicialmente, foi delimitada a BHRSC para, posteriormente, serem adquiridas feições (arquivos vetoriais) relacionadas à localização das pastagens abrangidas pela BHRSC. A Equação Universal de Perda dos Solos foi considerada para a estimativa da erosão potencial. Para isso, foram obtidos os seguintes dados: erosividade, erodibilidade, comprimento de rampa e declividade. A erosão foi mapeada, quantificada e classificada. A intensidade natural à erosão varia de 0 ton/ha.ano a 6814 ton/ha.ano, com média aritmética de 569,740 ton/ha.ano e desvio padrão igual a 345,013 ton/ha.ano. A classe de maior intensidade é a “moderada a forte”. Todavia, quando somadas, as classes “moderada a forte” e “forte” abrangem 65,666%. Já as classes de menor intensidade, a “fraca” e “moderada”, juntas, representam apenas 33,652%. Os valores podem ser atribuídos, principalmente, ao desconhecimento por parte dos produtores rurais acerca dos locais mais propícios à instalação das pastagens. Portanto, é de extrema necessidade a adoção de medidas favoráveis à conservação dos solos, como o manejo correto da pecuária, principalmente nas áreas com maior tendência erosiva. Espera-se que haja a continuidade de estudos com temática semelhante considerando, por exemplo, a influência do manejo na erosão da BHRSC.
Citas
ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. (2020). Encontre mapas interativos, conjuntos de dados geográficos, imagens de satélite e outros serviços. Recuperado em 29 de junho de 2020, de http://metadados.ana.gov.br/geonetwork/srv/pt/main.home.
AHMED, C. R. M. (2009). Fatores que influenciam a erodibilidade nos solos do município de Campos dos Goytacazes-RJ sob uma análise multicritério. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes. Recuperado em 20 de agosto de 2020, de http://uenf.br/posgraduacao/engenharia-civil/wp-content/uploads/sites/3/2015/09/CLARISSA-REGINA-MASIERO-AHMED1.pdf
BERTONI, J., & LOMBARDI NETO, F. (1990). Conservação do solo. (3a ed.) São Paulo: Ícone Editora.
BERTONI, J., & LOMBARDI NETO, F. (1999). Conservação do solo. (4a ed.) São Paulo: Icone Editora.
BRAZ, A. M., BRAZ, A. M., BONI, P. V., GARCIA, P. H. M., PINTO, A. L., & OLIVEIRA, I. J. DE. (2017). Uso, cobertura e manejo da terra: contribuições teórico-metodológicas e subsídios à conservação ambiental na bacia hidrográfica do córrego Ribeirãozinho, Selvíria/MS. Caminhos de Geografia, Uberlândia, 18 (64), 310-327. Recuperado em 18 de agosto de 2020, de http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/40936/21671
BUENO, C. R. P., ARRAES, C. L., & MIQUELONI, D. P. (2011). Aplicação do sistema de informação geográfica para determinação do fator topográfico em bacias hidrográficas. Revista Brasileira de Tecnologia Aplicada nas Ciências Agrárias, Guarapuava, 4 (2), 30-47.
CARVALHO, N. O. (2008). Hidrossedimentologia prática. (2a ed.) Rio de Janeiro: Interciência.
CARVALHO, A. T. F. (2020). Bacia hidrográfica como unidade de planejamento: discussão sobre os impactos da produção social na gestão de recursos hídricos no Brasil. Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, 1 (42), 140-161. Recuperado em 20 de agosto de 2020, de https://revista.fct.unesp.br/index.php/cpg/article/view/6953
CORRÊA, E. A., MORAES, I. C., & PINTO, S. DOS A. F. (2015). Estimativa da erodibilidade e tolerância de perdas de solo na região do centro leste paulista. Geociências, 34 (4), 848-860. Recuperado em 15 de agosto de 2020, de http://www.ppegeo.igc.usp.br/index.php/GEOSP/article/view/9035
CORRÊA, E. A., & PINTO, S. A. F. S. (2012). Avaliação do potencial natural de erosão da bacia hidrográfica do córrego Monjolo Grande (Ipeúna-SP). Geonorte, 2 (4), 1356-1367. Recuperado em 19 de agosto de 2020, de https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/revista-geonorte/article/view/2194/2065
CUIABANO, M. DO N., NEVES, S. M. A. DA S., NEVES, M. C. M., SERAFIM, M. E., & NEVES, R. J. (2017). Vulnerabilidade ambiental à erosão hídrica na sub-bacia do córrego do Guanabara/ Reserva do Cabaçal-MT Brasil. Geociências, São Paulo, 36 (1), 138-153. Recuperado em 16 de agosto de 2020, de https://www.revistageociencias.com.br/geociencias-arquivos/36/volume36_1_files/36-1-artigo-09.pdf
CUMBANE, B. L., MADEIRA, M. A. V., & ABRANTES, M. DA G. (2015). Aplicação de Sistemas de Informação Geográfica para a determinação do Potencial Natural de Erosão dos solos no Distrito de Sussundenga – Moçambique. Anais do Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, Natal, RN, Brasil, 35. Recuperado em 16 de agosto de 2020, de https://eventosolos.org.br/cbcs2015/arearestrita/arquivos/398.pdf
DEMARCHI, J. C., & ZIMBACK, C. R. L. (2014). Mapeamento, erodibilidade e tolerância de perda de solo na sub-bacia do ribeirão das Perobas. Energia na Agricultura, Botucatu, 29 (2), 102-114. https://doi.org/10.17224/EnergAgric.2014v29n2p102-114
DE ZEN, S., BARIONI, L. G., BONATO, D. B. B., ALMEIDA, M. H. S. P. DE., & RITTL, T. F. (2008). Pecuária de corte brasileira: impactos ambientais e emissões de gases efeito estufa (GEE). 2008. Recuperado em 19 de outubro de 2020, de https://www.cepea.esalq.usp.br/br/documentos/texto/pecuaria-de-corte-brasileira-impactos-ambientais-e-emissoes-de-gases-efeito-estufa-gee.aspx
DURÃES, M. F., & MELLO, C. R. (2016). Distribuição espacial da erosão potencial e atual do solo na Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí, MG. Engenharia Sanitária e Ambiental, 21 (4), 677-685. https://doi.org/10.1590/s1413-41522016121182
EMBRAPA. (2020). Clima. Recuperado em 2 de outubro de 2020, de https://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/clima.htm
GALDINO, S. (2012). Estimativa da perda de terra sob pastagens cultivadas em solos arenosos da bacia hidrográfica do Alto Taquari – MS/MT. Tese de Doutorado, Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil. Recuperado em 5 de outubro de 2020, de https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/937957/estimativa-da-perda-de-terra-sob-pastagens-cultivadas-em-solos-arenosos-da-bacia-hidrografica-do-alto-taquari---msmt
GEOBASES. (2020). IEMA – mapeamento ES – 2012-2015. Recuperado em 1 de junho de 2020, de https://geobases.es.gov.br/links-para-mapes1215
GOMES, C. S. (2019). Impactos da expansão do agronegócio brasileiro na conservação dos recursos naturais. Cadernos do Leste, Belo Horizonte, 19 (19), 63-78. Recuperado em 10 de agosto de 2020, de https://periodicos.ufmg.br/index.php/caderleste/article/view/13160
INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES. (2020). Shapefiles. Recuperado em 3 de julho de 2020, de http://www.ijsn.es.gov.br/mapas/
INCAPER. (2010). Programa de assistência técnica e extensão rural PROATER 2011 – 2013: Muniz Freire. Recuperado em 1 de julho de 2020, de https://incaper.es.gov.br/media/incaper/proater/um nicipios/Caparao/Muniz_Freire.pdf
LANZA, D. S. (2011). Diagnóstico da erosão laminar na alta e média bacia do Rio Paraopeba. Dissertação de Mestrado, Departamento de Geografia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. Recuperado em 14 de agosto de 2020, de https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/MPBB-8MAPD4
LIMA, G. A. DE., GENEROSO, C. M., SANTOS, C. M. DOS., SILVA, L. A., & SOUSA, R. G. DE. (2016). Bacia hidrográfica como unidade de planejamento e gestão: estudo de caso ribeirão Isidoro. Anais do Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental, Campina Grande, PB, Brasil, 7. Recuperado em 20 de agosto de 2020, de http://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2016/VIII-074.pdf
LOMBARDI NETO, F., & MOLDENHAUER, W. C. (1992). Erosividade da chuva: sua distribuição e relação com as perdas de solo em Campinas (SP). Bragantia, 51 (2), 189-196. https://doi.org/10.1590/S0006-87051992000200009
MAGALHÃES FILHO, F. J. C., AYRES, F. M., & SOBRINHO, T. A. (2014). Integrando SIG e USLE para mapeamento da perda de solo em área de proteção ambiental. Agrarian, Dourados, 7 (26), 552-559. Recuperado em 16 de agosto de 2020, de https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/agrarian/article/view/2760/1983
MORAIS, R. C. DE S., & SALES, M. C. L. Estimativa do potencial natural de erosão dos solos na bacia hidrográfica do Alto Gurguéia, Piauí-Brasil, com uso de Sistema de Informação Geográfica. Caderno de Geografia, Belo Horizonte, v. 27, n. 1, p. 84-105, 2017. https://doi.org/10.5752/p.2318-2962.2017v27nesp1p84
MOURA, M. M., FONTES, C. DOS S., SANTOS, M. H. DOS., ARAUJO FILHO, R. N., HOLANDA, F. S. R. (2017). Estimativa de perda de solo no baixo São Francisco sergipano. Scientia Agraria, 18 (2), 126-135. http://dx.doi.org/10.5380/rsa.v18i2.50143
OLIVEIRA, F. F., SANTOS, R. E. S., & ARAUJO, R. DA C. DE. (2018). Processos erosivos: dinâmica, agentes causadores e fatores condicionantes. Revista Brasileira de Iniciação Científica, Itapetininga, 5 (3), 60-83. Recuperado em 7 de agosto de 2020, de https://periodicos.itp.ifsp.edu.br/index.php/IC/article/view/699/928
PANACHUKI, E. (2003). Infiltração de água no solo e erosão hídrica, sob chuva simulada, em Sistema de integração Lavoura-Pecuária. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Dourados, MS, Brasil. Recuperado em 22 de agosto de 2020, de http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/daniel/Downloads/Material/Teses%20Orientadas/Tese%20Infiltracao%20de%20agua%20no%20solo.pdf
PRESTES, V., & CORRÊA, E. A. (2019). Potencial Natural de Erosão no alto curso da bacia hidrográfica do Arroio Quilombo, RS. Anais do Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, Fortaleza, CE, Brasil, 18. Recuperado em 10 de agosto de 2020, de http://www.editora.ufc.br/images/imagens/pdf/geografia-fisica-e-as-mudancas-globais/620.pdf
SANTOS, A. R. DOS., LOUZADA, F. L. R. DE O., EUGÊNIO, F. C. (2010). ARCGIS 9.3 total: aplicações para dados espaciais. Alegre: CAUFES. Recuperado em 1 de julho de 2020, de http://www.mundogeomatica.com.br/Livros/Livro_ArcGIS%209.3_Aplicacoes_Para_ Dados_Espaciais/Livro_ArcGIS93_Total.pdf
SILVA, A. M., HUANG, C. H., FRANCESCONI, W., SAINTIL, T., & VILLEGAS, J. (2015). Using landscape metrics to analyze micro scale soil erosion processes. Ecological Indicators, 56, 184-193. https://doi.org/10.1016/j.ecolind.2015.04.004
TEODORO, V. L. I., TEIXEIRA, D., COSTA, D. J. L., & FULLER, B. B. (2007). O conceito de bacia hidrográfica e a importância da caracterização morfométrica para o entendimento da dinâmica ambiental local. Revista UNIARA, 11 (1): 136-157. https://doi.org/10.25061/2527-2675/ReBraM/2007.v11i1.236
WISCHMEIER, W. H., & SMITH, D. D. (1962). Rainfail erosion. Advances in Agronomy, 14, 109-148. https://doi.org/10.1016/S0065-2113(08)60437-X
WUST, C., TAGLIANI, N., & CONCATO, A. C. (2015). A pecuária e sua influência impactante ao meio ambiente. Anais do Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental, Porto Alegre, RS, Brasil, 6. Recuperado em 22 de agosto de 2020, de https://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2015/V-025.pdf
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
This Journal is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-No Derivers 4.0 International license.
1.The author (s) authorize the publication of the article in the journal;
2.The author (s) warrant that the contribution is original and unpublished and is not in the process of being evaluated in other journal (s);
3. The journal is not responsible for the opinions, ideas and concepts emitted in the texts, as they are the sole responsibility of its author (s);
4. The editors are entitled to make textual adjustments and to adapt the articles to the standards of publication.