Empreendedorismo, inovação e desenvolvimento econômico local:
relações diretas?
DOI:
https://doi.org/10.23925/2179-3565.2022v13i3p125-141Palabras clave:
Empreendedorismo, Inovação., Desenvolvimento econômico local, Desenvolvimento regionalResumen
A literatura clássica correlaciona o poder da inovação e do empreendedorismo como habilitadores do desenvolvimento econômico das localidades. Com o intuito de examinar o predomínio de tais relações, este artigo tem como objetivo explorar o fenômeno de desenvolvimento das cidades brasileiras consideradas as mais inovadoras e empreendedoras, visando identificar as implicações do estímulo ao empreendedorismo tecnológico no desenvolvimento socioeconômico dessas cidades. No levantamento bibliométrico inicial sobre os temas debatidos em cidades brasileiras não foram identificados trabalhos científicos que explorassem os três constructos simultaneamente, e estabelecesse comparações que pudesse indicar algum tipo de relação entre eles. Compreendida como uma lacuna original, essa ausência inspirou a elaboração do presente artigo. Para tanto, adotou-se uma abordagem mista e pesquisa do tipo exploratório-descritivo, comparando o Ranking das Cidades Mais Inovadoras; Índice das Cidades Mais Empreendedoras, Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, Desenvolvimento Humano e Coeficiente de Gini. Foram examinadas as cidades com posição destacada em um dos índices analisados. A revisão teórica permitiu a formulação de quatro hipóteses que foram testadas e cotejadas com os índices adotados. Os resultados indicam que os municípios mais inovadores e empreendedores possuem alto Índice de Desenvolvimento Humano, destacando-se a dimensão Educação, reforçando a formação de recursos humanos é ativo relevante no contexto de inovação e empreendedorismo. Porém, a relação entre inovação e empreendedorismo com o desenvolvimento econômico não confirmada, pois as cidades de maior desenvolvimento econômico não constaram do ranking de cidade mais inovadoras e do índice das mais empreendedoras, podendo ser este objeto para estudos futuros.
Citas
Abramovay, R. (2021). O fim do trabalho. Entre a distopia e a emancipação. Estudos Avançados 35(101), 139-149. doi.org/10.1590/s0103-4014.2021.35101.010
Acs, Z. J., Braunerhjelm, P., Audretsch, D. B., & Carlsson, B. (2009). The knowledge spillover theory of entrepreneurship. Small Business Economics, 32(1), 15–30. https://doi.org/10.1007/s11187-008-9157-3
Barros, A. A., & Pereira, C.M.M.A. (2008). Empreendedorismo e Crescimento Econômico: Uma Análise Empírica. RAC,12(4), 975-993. doi.org/10.1590/S1415-65552008000400005
Block, J. H., Thurik, R., & Zhou, H. (2013). What turns knowledge into innovative products? The role of entrepreneurship and knowledge spillovers. Journal of Evolutionary Economics, 23(4), 693–718. doi.org/10.1007/s00191-012-0265-5
Block, J. H., Fisch, C. O., & Van Praag, M. (2017). The schumpeterian entrepreneur: A review of the empirical evidence on the antecedents, behaviour and consequences of innovative entrepreneurship. Industry and Innovation, 24(1), 61–95. doi.org/ 10.1080/13662716.2016.1216397
Brasil. Ministério da Economia. (2020). Retomada do Crescimento. Brasil registra maior geração de empregos desde 2013. https://www.gov.br/pt-br/noticias/financas-impostos-e-gestao-publica/2020/01/brasil-registra-maior-geracao-de-empregos-desde-2019
Brasil. Ministério da Educação e da Cultura. (2020). Análise da Educação e da Cultura. Cadastro Nacional de Cursos. http://emec.mec.gov.br/emec
Braunerhjelm, P., Acs, Z. J., Audretsch, D. B., & Carlsson, B. (2010). The missing link: Knowledge diffusion and entrepreneurship in endogenous growth. Small Business Economics, 34(2), 105–125. https://doi.org/10.1007/s11187-009-9235-1
Carvalho, J. G. (2017). Economia política e desenvolvimento: Um debate teórico. Coleção governança e desenvolvimento. Grupo de Pesquisa em Ideias, Intelectuais e Instituições, https://pt.scribd.com/document/358008817/Economia-Politica-e-Desenvolvimento-um-debate-teorico
CNM. Confederação Nacional dos Municípios. (2021). Mandala do Desempenho Municipal. https://www.cnm.org.br/municipios/registros/todos/todos
DATASUS. (2022). Índice de Gini da renda domiciliar per capita segundo Município. Período: 1991, 2000 e 2010. https://tabnet.datasus.gov.br/cgi/ibge/censo/cnv/ginibr.def
Drucker, P. (2016). Inovação e espírito empreendedor: Práticas e Princípios. São Paulo: Cengage Learning.
ENDEAVOR, & ENAP. (2020/02). Índice de Cidades Empreendedoras - Brasil 2020. Relatório de pesquisa ENDEAVOR e ENAP. https://repositorio.ENAP.gov.br/bitstream/1/6097/1/relatorio_ICE_2020.pdf
Eslabão, D. R., & Bonc Vecchio, F. (2016). Condições e Obstáculos ao Empreendedorismo no Brasil. Rev. Economia, Empresas e Empreendedores na CPLP, 2(2),79-90. doi.org/10.29073/e3.v2i2.22
Etzkowitz, H., & Zhou, C. (2017). Hélice Tríplice: inovação e empreendedorismo universidade-indústria-governo. Estudos Avançados 31(90), 23-48. https://doi.org/10.1590/s0103-40142017.3190003
FIRJAN. Federação de Indústrias do Rio de Janeiro. (2018). Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal. https://www.firjan.com.br/
Firmino, D. A. (2020). OPUS Pesquisa & Opinião. https://www.opuspesquisa.com/blog/tecnicas/analise-de-correlacao
Franco, A. M., & Filson, D. (2006). Spin-outs: knowledge diffusion through employee mobility. The RAND Journal of Economics, 37(4), 841-860. doi.org/10.1111/j.1756-2171.2006.tb00060.x
Helder, R. F. (2006). Como fazer análise documental. Porto: Universidade de Algarve. https://pt.scribd.com/document/184227289/Como-fazer-analise-documental.
Galvão, A. C. F. (2004). Política de desenvolvimento regional e inovação: a experiência da União Européia. Rio de Janeiro: Garamond.
http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/286165/1/Galvao_AntonioCarlosFilgueira_D.pdf.
Godoy, A. S. (1995). Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas, 35(3), 20-29. https://doi.org/10.1590/S0034-75901995000300004
Henrekson, M., & Johansson, D. (2008) Gazelles as job creators: a survey and interpretation of the evidence. Small Business Economics, 35(2), 227–244. https://doi.org/10.1007/s11187-009-9172-z
Henrekson, M., & Stenkula, M. (2010). Entrepreneurship and public policy. In: Handbook of Entrepreneurship Research (2 ed.) Virginia: Springer. (804). http://doi.org/10.1007/978-1-4419-1191-9
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2020). População do Brasil. https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/
INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. (2020) Censo Escolar 2019. Consulta matrícula.
Jardón, C. M, & Tañski, N. C. (2010). Los clusters y el capital intelectual como forma de valor competitivo. Mercados y Negócios, 21(11). https://doi.org/10.32870/myn.v0i21.5145
Kniess, C., Phillipi Jr., A., Aguiar, A., & Conti, D. (2019). Inovação urbana e recursos humanos para gestão de cidades sustentáveis. Estudos Avançados. 33, 129-138. https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2019.3397.007
Lester, R. H., Certo, S. T., & Dalton, C. M. (2006). Initial public offering investor valuations: an examination of top management team prestige and environmental uncertainty. Journal of Small Business Management, 44(1), 1-26. https://doi.org/10.1111/j.1540-627X.2006.00151.x
Matos, B., Reina, D., Ensslin, S. R., Maximiano Reina, D. R. (2011). Evidenciação voluntária do capital intelectual de natureza social e ambiental da empresa Natura Cosméticos S.A. no período entre 2003 e 2008. Contextus Revista Contemporânea de Economia e Gestão, 9(1), 67-77. http://www.periodicos.ufc.br/contextus/article/view/32133/72433
Menezes Filho, N. A., & Oliveira, A. P. (2014). A contribuição da educação para a queda na desigualdade de renda per capita no Brasil. Policy Paper. 9, Insper. https://siteinstitucional.insper.edu.br/wp-content/uploads/2018/09/PolicyPaper_Educacao_Desigualdade.pdf
Moniz, A. B., Casaca, S. F., Bairrada, M., & Moreno, C. I. D. (2000). Inovação e fomento de emprego: ideias chaves de uma relação. In: I&D, Inovação e Fomento do Emprego, 1-20. MPRA_paper_9667.pdf (uni-muenchen.de)
Penrose, E. (2006). A teoria do crescimento da firma. Campinas: Unicamp. https://editoraunicamp.com.br/produto/79/teoria-do-crescimento-da-firma-a-
PNUD. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. (2013). Atlas do Desenvolvimento Humano. https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/rankings/idhm-municipios-2010.html
Ribeiro-Soriano, D., & Huarng, K. (2013). Innovation and entrepreneurship in knowledge industries. Journal of Business Research, 66(10), 1964–1969. http://dx.doi.org/10.1016/j.jbusres.2013.02.019
Rodrigues, R. T., Funchal, B., Santos Rodrigues, V. R., Monte-Mor, D. S. (2016). Relação entre desigualdade de renda e crescimento econômico nos municípios brasileiros: o que mudou na década 2000 – 2010? Contextus Revista Contemporânea de Economia e Gestão, 14(3), 182-201. http://periodicos.ufc.br/contextus/article/view/32281/pdf
Santos, I. C., & Pereira, R. S. (2019). Educação tecnológica, inovação e geração de emprego: alavancas para o progresso das organizações, pessoas e nações. Revista Científica Hermes, 25, 468-490. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=477662439005
Santos, I. C., Farina, M. C., Frazão, C. N. F.; Sousa, F. G., & Fontes N. M. (2022). A Teoria do Empreendedorismo pelo Transbordamento de Conhecimento: debates atuais e direções para pesquisas futuras sobre ecossistemas empreendedores e inovadores. Research, Society and Development, 11(5), 1-8. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i5.27957
Sá-Silva, J. R., Almeida, C. D. de., & Guindani, J. F. (2009). Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, 1(1), 1-15. https://periodicos.furg.br/rbhcs/article/view/10351/pdf
Saxenian, A. (1994). Regional Advantage Culture and Competition in Silicon Valley and Route. Boston: Harvard University Express.
Schumpeter, J. A. (1982). A teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Abril Cultural.
Schumpeter, J. A. (2017). Capitalismo, Socialismo e Democracia. São Paulo: UNESP.
Secretaria do Desenvolvimento Econômico do estado de São Paulo. (2019). Parques Tecnológicos. https://www.desenvolvimentoeconomico.sp.gov.br/programas/parques-tecnologicos/
Siedenberg, D. R. (2003). Indicadores do desenvolvimento socioeconômico uma síntese In: Revista Desenvolvimento em Questão. Inijuí: Ed. Unijuí, 1(1), 45-71. http://www.spell.org.br/documentos/ver/20209/indicadores-de-desenvolvimento-socioeconomico--uma-sintese/i/pt-br
Silva, M. P. A., Oliveira Q. A. A. E., & Araujo S. A. E. (2012). Uma análise do programa bolsa família e da pobreza como fator de exclusão. The 4th International Congress on University Industry Cooperation.
Solow, R. A. (1956). Contribution to the theory of economic growth. Quarterly Journal of Economics, 70(1), 65-94. http://piketty.pse.ens.fr/files/Solow1956.pdf
Spers, R. G., & Nakandakare, L.T. (2013). Geração de Renda e Educação na Base da Pirâmide Populacional: Um Estudo no Município de São Paulo. Revista de Ciências da Administração, 15(37), 52-64. http://dx.doi.org/10.5007/2175-8077.2013v15n37p52
Stam, E. (2015). Entrepreneurial Ecosystems and Regional Policy: A Sympathetic Critique. European Planning Studies, 23(9), 1759–1769. https://doi.org/10.1080/09654313.2015.1061484
Wolffenbüttel, A. (2004). O que é? Índice de Gini. Revista Desafios do Desenvolvimento. IPEA. 1(4) https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?Itemid=23&id=2048%3Acatid%3D28&option=com_content
Yoon, H. D., Kim, N., Buisson, B., & Phillips, F. (2018). A cross-national study of knowledge, government intervention, and innovative nascent entrepreneurship. Journal of Business Research, 84(march)), 243–252. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2017.11.040
Zhao K., & Wang L. (2020). Internal Relationship and Impact Path Between Innovation and Entrepreneurship: Based on China’s High-tech Industry. Regional Economic Development Research, 1(2), 15-32. http://dx.doi: 10.5772/intechopen.90869
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
This Journal is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-No Derivers 4.0 International license.
1.The author (s) authorize the publication of the article in the journal;
2.The author (s) warrant that the contribution is original and unpublished and is not in the process of being evaluated in other journal (s);
3. The journal is not responsible for the opinions, ideas and concepts emitted in the texts, as they are the sole responsibility of its author (s);
4. The editors are entitled to make textual adjustments and to adapt the articles to the standards of publication.