Saneamento e gênero
uma leitura da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.23925/2179-3565.2023v14i2p67-79Palavras-chave:
Saneamento, Gênero, Abastecimento de água, Esgotamento sanitárioResumo
O adensamento populacional associado à demanda de água impõe desafios de alcançar níveis satisfatórios de eficiência no acesso à água e saneamento equânime. Justifica-se essa pesquisa tendo como base a necessidade de estabelecer medidas que permitam associar o saneamento às novas demandas e contextos da sociedade. Portanto, o objetivo é analisar o saneamento segundo gênero, dos municípios da Bacia do Alto Tietê, a fim de retratar as condições de desigualdade de gênero. Trata-se de uma pesquisa exploratória e quantitativa, com procedimento de coleta de dados realizado nas bases públicas do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento e do Painel do Saneamento Brasil, para o ano de 2020. As oito variáveis selecionadas são relacionadas às dimensões de saneamento, eficiência e gênero. A partir das técnicas multivariadas de Análise Fatorial por Componentes Principais e, foi possível condensar as variáveis em fatores (novas dimensões) para os municípios da Bacia do Alto Tietê. A Análise de Cluster permitiu verificar o nível de similaridade dos municípios. Observou-se que os parâmetros mais expressivos com relação ao saneamento e gênero dos municípios da Bacia do Alto Tietê estão associados à Cobertura de água e esgoto e Internações por gênero (Fator 1). Por outro lado, a Análise de Cluster permitiu verificar que os municípios que integram o Grupo 3 enfrentam os maiores desafios do saneamento considerados nesse estudo, e no Grupo 2 concentram os municípios onde o número de internações de mulheres se sobressai em relação aos homens.
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