O conceito de “virtual”
de Bergson a Deleuze, de Deleuze a Lévy
DOI:
https://doi.org/10.23925/1984-3585.2021i24p205-220Palavras-chave:
Virtual, Subjetividade, Filosofia, TecnologiaResumo
O presente artigo tem por objetivo trazer à luz o conceito de “virtual” em Bergson, Deleuze e Pierre Lévy. Para isso, elencamos desde a sua definição estritamente filosófica enquanto potência, passando pelas perspectivas dos filósofos elencados, em uma
conceituação do virtual como oposição ao atual, não ao real e tido ele mesmo como plena realidade. Para isso, empreendemos um pequena linha do tempo do conceito, desde Bergson, influência de Deleuze para pensar o virtual, até Levy, influenciado por Deleuze para a sua construção do conceito em uma perspectiva mais ligada ao mundo em rede da internet e suas implicações no início do século XXI. Como forma de pensar sobre o conceito e intentando algumas ampliações do seu sentido, propomos a relação do virtual, enquanto coexistências simultâneas atualizadas, virtualizantes e virtualizadas, postas em perspectivas na formação das subjetividades. O resultado deste percurso pretende propor algumas provocações acerca das mutações contemporâneas das subjetividades, implicadas pelas relações, humanas e não humanas, mediadas pelo virtual.
Referências
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Tradução: Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Mestre Jou, 1962.
ALLIEZ, Éric. Deleuze filosofia virtual. Tradução: Heloisa B.S. Rocha. São Paulo: Editora 34, 1996.
BERGSON, Henri. 0 pensamento e o movente: ensaios e conferências. Tradução: Bento Prado Neto. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
BERGSON, Henri. Matéria e Memória: Ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. Tradução: Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
CRAIA, Eladio. O Virtual: destino da ontologia de Gilles Deleuze. Revista de Filosofia: Aurora, Curitiba, v. 21, n. 28, p. 107-123, jan./jun. 2009.
DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. Tradução: Luiz Orlandi e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
DELEUZE, Gilles. O atual e o virtual. In: DELEUZE, Gilles; PARNET, Claire. Dialogues. Tradução: Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Escuta, p. 121-124, 1998.
DELEUZE, Gilles. Lógica do sentido. Tradução: Luiz Orlandi e Roberto Machado. São Paulo: Perspectiva, 2011.
DELEUZE, Gilles. Bergsonismo. Tradução: Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Editora 34, 2012.
DELEUZE, Gilles. Dois regimes de loucos. Tradução: Guilherme Ivo. São Paulo: Editora 34, 2016.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. v. 1. Tradução: Aurélio Guerra Neto e Celia Pinto Costa. São Paulo: Editora 34, 1995a.
DELEUZE, Gilles. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. v. 2. Tradução: Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. São Paulo: Editora 34, 1995b.
DELEUZE, Gilles. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. v. 3. Tradução: Aurélio G. Neto, Ana Lúcia de Oliveira, Lúcia Cláudia Leão e Suely Rolnik. São Paulo: Editora 34, 1996.
DELEUZE, Gilles.Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. v. 4. Tradução: Suely Rolnik. São Paulo: Editora 34, 1997a.
DELEUZE, Gilles. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. v. 5. Tradução: Peter Pál Pelbart e Janice Calaf. São Paulo: Editora 34, 1997b.
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. 9. ed. Tradução: Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
FUCHS, Francisco Traverso. A noção de virtualidade em Bergson. Dissertação (Mestrado em Filosofia). Programa de Pós-graduação em Filosofia, Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ, 1996.
LAPOUJADE, David. As existências mínimas. Tradução: Hortencia Santos Lencastra. São Paulo: Editora N-1, 2017.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. Tradução: Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 2010a.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução: Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 2010b.
LÉVY, Pierre. O que é o virtual? Tradução: Paulo Neves. São Paulo: Editora 34,2011.
NEGRI, Antonio. Deleuze & Guattari: uma filosofia para o século XXI.Tradução: Jefferson Viel. São Paulo: Editora Filosófica Politeia, 2019.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra. Tradução: Paulo Cesar de Souza. São Paulo: Ed. L&PM, 2014.
NUNES, Daniel Salgado Galvão. Cibercultura e ciberespaço: as relações sociais nos jogos online como extensão do homem social e político/Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em Filosofia, Universidade Federal de Uberlândia, 2016.
PELBART, Peter Pál. Ensaios do assombro. São Paulo: Ed. N-1, 2019.
ROLNIK, Suely. A dama de negro. 1995. Disponível em: pucsp.br/nucleodesubjetividade/Textos/SUELY/damanegro.pdf. Acesso em: 26 jun. 2021.
SOUZA, Alisson Ramos de. Deleuze e o corpo: por uma crítica da consciência. Porto Alegre: Editora Fi, 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Marcos Aurelio Marques, Ana Maria Di Grado Hessel
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo de acordo com a licença CC BY 4.0, em conformidade com a definição de acesso público do Directory of Open Access Journals (DOAJ).
Ao submeter um texto à TECCOGS, os autores asseguram que o material submetido à avaliação e eventual publicação não infringe de modo algum qualquer direito proprietário ou copyright de outros. Com a submissão, o autor transfere em efetivo os direitos de publicação do artigo para a TECCOGS. A transferência de copyright cobre os direitos exclusivos de publicação e distribuição do artigo, incluindo reimpressões ou quaisquer outras reproduções de natureza similar, além de traduções. Os autores mantém o direito de usar todo ou partes deste texto em trabalhos futuros de sua autoria e de conceder ou recusar a permissão a terceiros para republicar todo ou partes do texto ou de suas traduções. Para republicar números da revista na íntegra, qualquer interessado precisa obter permissão por escrito tanto dos autores como também dos editores da TECCOGS. A TECCOGS por si só pode conceder direitos relativos a emissões de periódicos como um todo.
Imagens com direitos autorais pertencentes a terceiros, que não foram concedidos ao autor do texto, devem ser utilizadas somente quando necessárias à análise e ao argumento da pesquisa, sempre indicando as respectivas fontes e autoria. A TECCOGS dispensa o uso de imagens meramente ilustrativas. Se desejar ilustrar um conceito, o autor deve indicar, em forma de URL ou referência bibliográfica, uma referência em que a ilustração esteja disponível.
---------------------------------------------------------------------------------
This journal offers free immediate access to its content under CC BY 4.0, in accordance with Directory of Open Access Journals' (DOAJ) definition of Open Acess.
When submitting a text to TECCOGS, authors ensure that the material submitted for evaluation and eventual publication does not infringe any proprietary right or copyright. Upon submission, authors effectively transfer the publication rights of the article to TECCOGS. The copyright transfer covers the exclusive rights of publication and distribution of the article, including reprints or any other reproduction of similar nature, in addition to translations. Authors retain the right to use all or parts of the text in future works of their own, as well as to grant or refuse permission to third parties to republish all or parts of the text or its translations. In order to fully republish issues of the magazine, anyone interested must obtain written permission from both the authors and the editors of TECCOGS. TECCOGS alone can grant rights relating to issues of journals as a whole.
Images whose copyright belongs to third parties that have not been granted to the author of the text should be used only when essential for the analysis and argument, always indicating theirs respective sources and authorship. TECCOGS dismisses any use of merely illustrative images. To illustrate a concept, the author must indicate, in the form of a URL or bibliographic reference, a source in which the illustration is available.