Confusões e dilemas da antropomorfização das inteligências artificiais

Autores

  • Anderson Röhe Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
  • Lucia Lucia Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.23925/1984-3585.2023i28p67-75

Palavras-chave:

Inteligência Artificial Generativa, emoções, racismo, uso humano

Resumo

Uma das principais razões de confusões, que rondam a compreensão daquilo que a Inteligência Artificial Generativa (IAGs) é ou não capaz de realizar, consiste em tomá-las à imagem e semelhança dos humanos, como se fossem, inclusive capazes de sentimentos ou como se elas próprias fossem racistas. Diante disso, este artigo visa debater quais os limites das IAGs e qual o papel que os humanos desempenham no uso que fazem delas. O resultado esperado é desmistificar a eficácia das IAs para a detecção de emoções ou para comportamentos éticos, sobretudo em relação aos cuidados a serem tomados em ambientes vulneráveis como a sala de aula.

Biografia do Autor

Anderson Röhe, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Advogado na Comissão Especial de Privacidade, Proteção de Dados e Inteligência Artificial da OAB-SP. Fellow no Think Tank ABES (GT de Inteligência Artificial). Pós-graduado em Direito Digital pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Instituto de Tecnologia e Sociedade Rio (ITS Rio). Mestre em Políticas Internacionais pela PUC-Rio. Doutorando em Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-3104-6365.

Lucia Lucia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

É pesquisadora 1A do CNPq, professora titular na pós-graduação em Comunicação e Semiótica e em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (PUC-SP). Doutora em Teoria Literária pela PUC-SP e Livre-docente em Ciências da Comunicação pela USP. Publicou 56 livros e organizou 33, além da publicação de quase 500 artigos no Brasil e no exterior. Recebeu os prêmios Jabuti (2002, 2009, 2011, 2014), o prêmio Sergio Motta (2005) e o prêmio Luiz Beltrão (2010). Orcid: https://orcid.org/0000-0002-0681-6073.

Referências

BOSTROM, Nick. Entrevista concedida a Martin Ford. In: Ford, Martin (ed.). Architects of intelligence: The truth about AI from the people building it. Birmingham: Packt, 2018, p. 97-116.

CEJKINSKI, Alessandra Sciammarella. As microexpressões faciais: uma investigação semiótica do poder de comunicação da face humana. Dissertação de Mestrado em Comunicação e Semiótica. São Paulo, PUC-SP, 2022.

CHALMERS, David J. The meta-problem of consciousness. Journal of Consciousness Studies, v. 25, n. 9–10, p. 6–61, 2018. Disponível em: https://philpapers.org/archive/CHATMO-32.pdf. Acesso em: 10 jan. 2024.

HUDLICKA, Eva. Affective computing for game design. In: Proceedings of the 4th North American Conference on Intelligent Games and Simulation. Montreal: McGill University, p. 5-12, 2008.

KAUFMAN, Dora; JUNQUILHO, Tainá; REIS, Priscila. Externalidades negativas da inteligência artificial: conflitos entre limites da técnica e dos direitos humanos. Revista de Direitos e Garantias Fundamentais, Vitória, v. 24, n. 3, set./dez. 2023 p. 44. Disponível em: https://sisbib.emnuvens.com.br/direitosegarantias/article/view/2198. Acesso em: 21 dez., 2023.

KOLLER, Daphne. Entrevista concedida a Martin Ford. In: Ford, Martin (ed.). Architects of intelligence. The truth about AI from the people building it. Birmingham: Packt, 2018, p. 387-403.

LEROBITCAST. Antropomorfização da IA. Medium, 7 maio 2023. Disponível em: https://medium.com/@lerobitcast/antropomorfiza%C3%A7%C3%A3o-da-ia-caccc5d13a80. Acesso em: 2 jul. 2023.

MALAR, João Pedro. O ChatGPT mente? Entenda as “alucinações” de inteligências artificiais. Exame, 19 maio, 2023. Disponível em: https://exame-com.cdn.ampproject.org/c/s/exame.com/future-of-money/o-chatgpt-mente-entenda-as-alucinacoes-de-inteligencias-artificiais/amp/. Acesso em: 3 jul. 2023.

MARCUS, Gary. Entrevista concedida a Martin Ford. In: Ford, Martin (ed.). Architects of intelligence. The truth about AI from the people building it. Birmingham: Packt, 2018, p. 305-330.

MARTINS, Flávia. Chat GPT-4: inteligência artificial mente para completar tarefa e gera preocupação. CNN Brasil, 24 mar. 2023. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/chat-gpt-4-inteligencia-artificial-mente-para-completar-tarefa-e-gera-preocupacao/. Acesso em: 22 dez. 2023.

OPENAI. GPT-4 Technical Report. Disponível em: https://cdn.openai.com/papers/gpt-4.pdf. Acesso em: 26 dez. 2023.

PICARD, Rosalind Wright. Affective Computing. MIT Media Laboratory Perceptual Computing Section Technical Report No. 321, 1995.

PICARD, Rosalind Wright. Affective computing. Cambridge, MA: Mit Press, 2000.

SANTAELLA, Lucia. De onde vem o poder da mentira? São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2021.

SANTAELLA, Lucia. Neo-humano. A sétima revolução cognitiva do Sapiens. São Paulo: Paulus, 2022.

SANTOS, Nina; SOARES, Matheus. Potencial do Brasil para IA está na qualidade dos dados oficiais. Desinformante, 26 dez., 2023. Disponível em: https://desinformante.com.br/brasil-ia-dados/. Acesso em: 27 dez., 2023.

SOMERS, Meredith. Emotion AI, explained. MIT Edu, 2019. Disponível em: https://mitsloan.mit.edu/ideas-made-to-matter/emotion-ai-explained. Acesso em: 29 set., 2023.

TENENBAUM, Joshua. Entrevista concedida a Martin Ford. In: Ford, Martin (ed.). Architects of intelligence. The truth about AI from the people building it. Birmingham: Packt, 2018, p. 473-491a.

TREVISAN, Daniel; BRAGA, Alexandre. Inteligência artificial nos games. TECCOGS – Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, n. 26, jul./dez., 2022, p. 89–101.

Downloads

Publicado

2024-06-14