A SEMIÓTICA DO ILUMINADO

UMA ANÁLISE SEMIÓTICO-ARQUETÍPICA DO CAVALEIRO DE OURO DE VIRGEM, SHAKA

Resumen

Este artigo propõe uma análise semiótica da personagem Shaka de Virgem, da série Os Cavaleiros do Zodíaco (Kurumada, 1986), com base na articulação entre a gramática narrativa de Greimas e a teoria arquetípica de Jung, Hillman e Soares. A investigação concentra-se na atualização simbólica do arquétipo do iluminado, cuja figura é explorada à luz das categorias de manipulação, competência, performance e sanção (Platão; Fiorin, 1993), bem como a partir dos eixos de pertencimento/independência e estabilidade/maestria, conforme o modelo de Mark e Pearson (2003). Constatou-se que Shaka opera como uma figura de alta densidade simbólica, cuja imagem arquetípica transcende a diegese e atua como condensação de signos espirituais na cultura pop. Sua trajetória revela-se como rito de transfiguração ontológica, em que a autoridade não se funda na força, mas na presença contemplativa e na sabedoria silenciosa. Assim, a semiose do iluminado manifesta-se como atualização mítica de estruturas perenes no imaginário contemporâneo.