TRADIÇÃO E INOVAÇÃO EM “O DIALETO CAIPIRA”, DE AMADEU AMARAL
Résumé
A publicação de “O Dialeto Caipira” representa o início de uma nova fase nos estudos linguísticos do Brasil, até então marcadamente filológicos. A partir de 1920, passaram a surgir pesquisas de viés dialetológico, legatárias, em grande medida, do trabalho de Amadeu Amaral. Por essa razão, o presente artigo tem o objetivo de apresentar uma reflexão sobre os traços tradicionais e inovadores da obra. Para tanto, partiu-se dos princípios da Historiografia Linguística, sobretudo dos postulados de Koerner (2014 [1994; 1995]), Swiggers (2009; 2010) e Palma (2013). Como referencial teórico, no que concerne à meta e à epi-historiografia, tomaram-se por base os estudos de Duarte (1976), Pinto (1978;1981), Fávero e Molina (2006) e Castilho (2020). A análise concentrou-se especificamente na estrutura da obra, bem como na sua introdução. Os resultados apontam que, apesar de haver traços tradicionais, os traços inovadores predominam em “O Dialeto Caipira”, tornando-o pioneiro nos estudos até então empreendidos.