Mujeres libres: anarco-feminismo e subjetividade na revolução espanhola
Autores
Margareth Rago
Resumo
Partindo das questões levantadas pelas teóricas feministas pósestruturalistas, relativas à produção da subjetividade, focalizo a experiência das militantes anarquistas do Grupo Mujeres Libres, durante a Revolução Espanhola, entre 1936-39. Considerando a ampla e revolucionária experiência política do Grupo, pergunto se e como o anarco-feminismo praticado por elas criou um modo específico de existência, mais integrado e humanizado, já que crítico das oposições binárias como a que hierarquiza razão e emoção, masculino e feminino; se e como inventou eticamente; se e como pode operar no sentido de reatualizar o imaginário político e cultural de nossa época. Na direção dessas colocações, os conceitos de “subjetivação” e de “artes da existência”, que norteiam as problematizações de Foucault sobre a produção da subjetividade e inspiram as reflexões do feminismo pós-estruturalista são de fundamental importância.Palavras-chave: anarco-feminismo, subjetividade. artes da existência.