O corpo obsoleto e as tiranias do upgrade

Autores/as

  • Paula Sibilia

Resumen

Paira sobre os homens uma incômoda ameaça: o risco de cair na obsolescência. Seduzidos e pressionados pelos ímpetos mercadológicos, os corpos contemporâneos devem se tornar compatíveis com os computadores e com uma miríade de dispositivos baseados na lógica digital – assim como os sujeitos da sociedade industrial sofreram um longo processo de ortopedização que acabou sincronizando seus ritmos com as engrenagens da paisagem mecânica. O novo contexto coloca em cena uma versão atualizada do velho dualismo cartesiano, que se projeta na cisão hardware/ software. Assim, impõe-se uma série infinita de upgrades tecnohumanos, que tornam obrigatória a reciclagem constante do software (mente/código) e do hardware (corpo/organismo). A força da organicidade, porém, ainda persiste. Mas onde reside o maior incômodo? Nessa teimosa persistência da carne, ou em seu trêmulo sucumbir às investidas da tecnociência aliada ao mercado? Palavras-chave: tecnologia, informação, upgrade

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