A importância da filosofia para a educação médica
DOI:
https://doi.org/10.23925/politica.v9i2.56857Resumen
A medicina considera um modelo científico-positivista e avança no desenvolvimento das tecnologias em saúde. Neste cenário, as humanidades ocupam um segundo plano no ensino médico, abrindo uma lacuna entre o conhecimento acerca do ser humano e o biomédico. Analisando as matrizes curriculares do ensino de medicina de três das principais escolas médicas do Estado de São Paulo, constatamos a ausência, a exemplo, da disciplina filosofia. Neste artigo, apresentamos a experiência de uma disciplina optativa que trazia a discussão acerca da morte em tempos de pandemia de Covid-19, a fim de demonstrar que a reflexão filosófica pode contribuir para a compreensão do paciente em sua condição – a humana, para além dos seus mecanismos biológicos e, desta forma, considerá-lo em sua subjetividade, não só como um corpo doente; o que poderia impactar na postura do médico frente à morte e à prognósticos de quadros irreversíveis, quando somente o conhecimento fisiológico não basta.