Cultura de ódio e memória irresoluta

Por que elaborar o passado?

Auteurs

  • Marcelo Leandro dos Santos Universidade Federal do Maranhão

DOI :

https://doi.org/10.23925/politica.v12i3.68088

Résumé

RESUMO

Este é um estudo sobre as relações entre cultura de ódio e memória irresoluta. O percurso metodológico de tal análise se deu por meio de pesquisa teórico-bibliográfica, com apropriação conceitual da teoria crítica da sociedade, especialmente o pensamento de Theodor Adorno. As questões centrais sobre cultura, como disposição subjetiva ao pensamento, e a necessidade de elaboração do passado foram cotejadas por análise de pensadores e comentadores do tema. Os resultados alcançados por meio da presente análise demonstram a necessidade de elaborar o passado como tarefa do sujeito da cultura, o qual se vê acomodado pela disposição da cultura de massa. Concluiu-se, nesse sentido, a partir de elementos discutidos no artigo, como grande desafio para a educação e a filosofia na atualidade, a conscientização crítica a respeito do passado recente como disposição de enfrentamento ao movimento social que manifesta seu conteúdo político pautado na cultura de ódio.

PALAVRAS-CHAVE: Adorno; Cultura de ódio; Memória; Política; Subjetividade

Références

ADORNO, Theodor W. Aspectos do novo radicalismo de direita. Trad. Felipe Catalani. São Paulo: Ed. UNESP, 2020.

ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. Trad. Wolfgang Leo Maar. 5ª edição revista. São Paulo: Paz e Terra, 2022, p. 31-53.

ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Trad. Guido de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. 3ª edição revista e ampliada. São Paulo: Moderna, 2006.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas volume 1: Magia e técnica, arte e política. Trad. Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985.

BUCK-MORSS, Susan. Origen de la dialéctica negativa. Trad. Nora Rabotnikof Maskivker. México: Siglo Veintiuno, 1981.

CENCI, Angelo Vitório. Cidadania e educação na Política de Aristóteles. Revista Espaço pedagógico, Passo Fundo, v. 14, n. 2, p. 80-90, 2007.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Trad. José Laurênio de Melo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

FINKIELKRAUT, Alain. La derrota del pensamiento. Trad. Joaquín Jordá. Barcelona: Anagrama, 1987.

FISHER, John F. The Culture of Hate. Open Journal of Social Sciences, Glendale, v. 12, p. 1-10, 2024.

FLANZER, Sandra Niskier. Sobre o ódio. Interações, São Paulo, v. 12, n. 22, p. 215-229, 2006.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Documentos da cultura, documentos da barbárie. Psicanálise e Cultura, São Paulo, v. 31, n. 46, p. 80-82, 2008.

HENRY, Michel. A barbárie. Trad. Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: É Realizações, 2012.

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX, 1914-1991. Trad. Marcos Santarrita. 2ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

KEHL, Rita Maria. O tempo e o cão: a atualidade das depressões. São Paulo: Boitempo, 2009.

KLEMPERER, Victor. LTI: a linguagem do Terceiro Reich. Trad. Miriam Bettina Paulina Oelsner. Rio de Janeiro: Contraponto, 2009.

MAESO, Benito Eduardo Araujo. Realidade fake, sofrimento real: o cidadão de bem bolsonarista neoliberal a partir do pensamento de Adorno e Chaui. doispontos:, Curitiba, São Carlos, v. 19, n. 1, p. 59-81, 2022.

MATTÉI, Jean-François. A barbárie interior: ensaio sobre o i-mundo moderno. Trad. Isabel Maria Loureiro. São Paulo: Ed. Unesp, 2002.

SANTOS, Marcelo Leandro dos. Victor Klemperer: a linguagem do mal e a nazificação da sociedade alemã. Veritas, Porto Alegre, v. 63, n. 1, p. 150-189, 2018.

Téléchargements

Publiée

2024-11-30

Comment citer

Leandro dos Santos, M. (2024). Cultura de ódio e memória irresoluta: Por que elaborar o passado?. PoliÉtica. Revista De Ética E Filosofia Política, 12(3), 429–458. https://doi.org/10.23925/politica.v12i3.68088