Quando as ciências da vida encontram a morte – um ensaio de filosofia da saúde a partir do pensamento de Hans Jonas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/poliética.v9i1.55086

Palavras-chave:

Filosofia da saúde, Condição humana, Morte, Medicina, Hans Jonas

Resumo

Na área da saúde, a dor, o sofrimento e a morte se impõem, exigindo dos profissionais um preparo para deparar-se com a nossa condição – a humana, o que justificaria a presença da filosofia, mais especificamente, uma filosofia da saúde.  Justificada sua presença, resta a pergunta acerca de qual seria a especificidade desta filosofia. Para respondê-la, consideramos a centralidade da morte no pensamento do filósofo Hans Jonas, que propõe uma filosofia da biologia; a responsabilidade como princípio ético e a medicina, como ciência e como prática, como o lugar de sua aplicação na área da saúde. Uma filosofia da saúde que considere tais proposições poderá contribuir na pesquisa e na formação destes profissionais, percebendo-os como sujeitos e possibilitando que estes, por sua vez, percebam seus pacientes e seus familiares como sujeitos, o que, além de apontar para a singularidade, quer dizer da nossa condição como seres humanos destinados a perecer.

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Biografia do Autor

Viviane Cristina Cândido, UNIFESP

Docente adjunto e pesquisadora em Filosofia da Saúde – Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde – Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo – EPM/UNIFESP, São Paulo, Brasil.

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Publicado

2021-07-23

Edição

Seção

Artigos