“O amoródio que serpenteia na sola de meu sapato de salto”
a escrita de si e a escrevivência em Louças de família, de Eliane Marques
DOI:
https://doi.org/10.23925/politica.v12i3.69287Palabras clave:
Escrita de si, Escrivivência, Louças de família, Mulheres pretasResumen
Objetiva-se com este artigo a análise de Louças de família, da escritora, poetisa e tradutora brasileira Eliane Marques, levando-se em consideração o processo de composição da obra, dado o seu caráter descontínuo e fragmentado, a começar pela indefinição do gênero literário. A partir de uma narradora em primeira pessoa, testemunha dos fatos e acontecimentos rememorados que perpassam histórias familiares de mulheres pretas e subalternizadas, adentra-se no universo da interlocução com a figura do leitor, mais propriamente, da leitora por meio do recurso intertextual e paródico, numa clara relação com a escrita de si e com a escrevivência, na medida em que se torna uma vivência pessoal e coletiva de uma das descendentes da escravidão. De cunho qualitativo e bibliográfico, sob o viés interdisciplinar com o processo da linguagem, constituirão o aporte teórico as contribuições de Evaristo (2017; 2020), Faedrich (2016), Sarlo (2007), Kilomba (2019), Gonzales (1988), Souza (2020).