Agregação de fatores de risco à macrossomia fetal em participantes do Projeto Viver
DOI:
https://doi.org/10.23925/1984-4840.2024v26a22Palavras-chave:
Macrossomia Fetal, Fatores de Risco, Recém-Nascido, GestantesResumo
Objetivo: este estudo teve como objetivo analisar a agregação dos fatores de risco (multiparidade, idade materna avançada, excesso de peso e diabetes gestacional) para macrossomia fetal em mulheres participantes do “Projeto Viver”. Métodos: trata-se de um estudo transversal com amostra de conveniência realizado utilizando a base de dados do estudo “Projeto Viver”, realizado entre agosto de 2019 e março de 2020. A agregação de fatores de risco foi avaliada a partir da razão da prevalência de fatores observados em relação à prevalência esperada. Há agregação quando a combinação observada (O) de fatores excede a prevalência esperada (E) da combinação; foi calculado o odds ratio de prevalência para identificar a agregação de dois comportamentos. Resultados: a amostra foi constituída em 2.488 puérperas. Há agregação dos quatro fatores analisados (O/E = 3,9). Na agregação dos três fatores de risco, o mais frequente foi idade avançada, diabetes gestacional e excesso de peso (O/E = 1,7). Quanto à agregação de dois fatores, destaca-se a agregação entre idade avançada e diabetes gestacional (O/E = 2,9). O odds ratio de prevalência foi maior entre diabetes gestacional e idade avançada (ORP = 2,76). Conclusões: é importante verificar como encontram-se os fatores de risco relacionados à macrossomia fetal, como agem e interagem entre si, visto que podem trazer consequências para o recém-nascido não só durante a infância, mas também na vida adulta. Conhecer a real situação dessa população pode servir de alerta para a formulação de políticas de saúde e ações educativas.
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