Parto vaginal após uma cesárea anterior

Autores

  • Bianca Totta Patrício FCMS/PUC-SP
  • Natália Sartori Vanin FCMS/PUC-SP
  • Joe Luiz Vieira Novo FCMS/PUC-SP

Palavras-chave:

cesárea, parto vaginal, fatores de risco, atenção à saúde

Resumo

Objetivo: analisar a validade de prova de trabalho de parto em pacientes com segunda gestação e uma cesárea anterior, observar a ocorrência de parto vaginal, prováveis complicações maternas e perinatais. Métodos: estudo prospectivo de partos assistidos (03/2010 – 03/2011). As variáveis dependentes foram: via de parto (vaginal e abdominal), complicações puerperais e resultados perinatais. As variáveis de controle analisadas: dados epidemiológicos, antecedentes maternos obstétricos e perinatais, bem-estar materno-fetal, indução de trabalho de parto, dia semanal e horário do parto, momento da informação e justificativa de parto à paciente. A comparação estatística utilizou o teste do qui-quadrado com significância de 5%, e o programa Statistical Package for Social Sciences. Resultados: valores significativos de união estável e de casadas para partos cesáreos e de solteiras nos partos vaginais (p = 0,004); as membranas ovulares íntegras predominaram significantemente nas cesáreas e quando rotas associaram-se a partos vaginais (p = 0,001); Predominaram cesáreas das 12:01 - 24:00 horas, e partos vaginais das 00:01 - 6:00 horas (p = 0,036). Não ocorreram complicações maternas e fetais significantes. Nos recém-nascidos houve significância de pesos maiores para os de cesáreas (p = 0,011); condições de vitalidade extrauterina a 1 e 5 minutos não diferiram significantemente entre cesáreas e partos vaginais. Conclusão: a tentativa de parto vaginal em 80 parturientes em segunda gestação com uma cesárea anterior evitou a segunda cesárea em 42,5% destas pacientes. Os resultados comprovaram que a prova de trabalho de parto deve ser estimulada para parturientes em segunda gestação com uma cesárea anterior.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bianca Totta Patrício, FCMS/PUC-SP

Acadêmica do curso de Medicina FCMS/PUC-SP

Natália Sartori Vanin, FCMS/PUC-SP

Acadêmica do curso de Medicina FCMS/PUC-SP

Joe Luiz Vieira Novo, FCMS/PUC-SP

Professor do Depto. de Cirurgia FCMS/PUC-SP

Referências

Carriel EF, Zanolli ML, Morcillo AM. Fatores de risco para a indicação de parto cesáreo em Campinas (SP). Rev Bras Ginecol Obstet. 2007; 29:34-40.

Maia Filho NL, Mathias L. Parto vaginal pós-cesárea. GO Atual. 1997; 6:15-9.

Villar J, Carroli G, Zavaleta N, Donner A, Wojdyla N, Faundes A, et al.; World Health Organization 2005 Global Survey on Maternal and Perinatal Health Group. Maternal and neonatal individual risks and benefits associated with cesarean delivery: multicentre prospective study. BMJ. 2007; 335(7628):1025.

MacDorman MF, Declercq, Menacker F, Malloy MH. Infant and neonatal mortality for primary cesarean and vaginal births to women with “no indicated risk” United States, 1998-2001 birth cohorts. Birth. 2006; 33(3):175-82.

Yee W, Amin H, Wood S. Elective cesarean delivery, neonatal intensive care unit admission, and neonatal respiratory distress. Obstet Gynecol. 2008; 111:823-8.

Cecatti JC, Andreucci CB, Cacheira OS, Pires HMB, Silva JLP, Aquino MMA. Fatores associados à realização de cesárea em primíparas com uma cesárea anterior. Rev Ginecol Obstet Bras. 2000; 22:175-9.

Camano L, Souza E, Santos JFK, Sass N, Mattar R, Guaré SO. Segunda opinião para indicação da cesariana. Femina. 2001; 29:345-50.

Oliveira SMJV, Riesco MLG, Miya CFR, Vidotto P. Tipo de parto: expectativas das mulheres. Rev Latinoam Enferm. 2002; 10:667-74.

Cragin EB. Conservatism in obstetrics. N York Med J. 1916; 104:1-3.

Flamm BL. Once cesarean, always a controversy. Obstet Gynecol. 1997; 90:312-5.

Kerr JM. The techniques of cesarean section with special reference to the lower uterine segment incision. Am J Obstet Gynecol. 1926; 12:729-31.

Diniz CSG. Entre a técnica e os direitos humanos: possibilidades e limites da humanização da assistência ao parto [tese]. São Paulo: FMUSP; 2001.

Amorim MMR, Souza ASR, Porto AMF. Indicações de cesariana baseada em evidências (parte I). Femina. 2010; 38:415-22.

Villar J, Valladares E, Wojdyla D, Zavaleta N, Caroli G, Velazco A, et al. Caesarean delivery rates and pregnancy outcomes: the 2005 WHO global survey on maternal and perinatal health in Latin America. Lancet. 2006; 367 (9525):1819-29.

Guariento A, Pereira DA, Jukemura C, Delascio D, Saldiva Neto M, Carvalho HL. Parto vaginal após cesárea. In: Deláscio D, editor. Temas de obstetrícia, ginecologia e pediatria neonatal. São Paulo: Procienx; 1964. v. 1, p. 265-78.

Neme B, editor. Obstetrícia básica. 3ª ed. São Paulo: Sarvier; 2006. p. 851-933. Intervenções durante o parto.

Matias JP, Parpinelli MA, Cecatti JC, Passini Jr R. A prova de trabalho de parto aumenta a morbilidade materna e neonatal em primíparas com uma cesárea anterior? Rev Bras Ginecol Obstet. 2003; 25:255-60.

National Collaborating Centre for Women's and Children's Health. Caesarean section. London (UK): National Institute for Clinical Excellence (NICE); 2004. p. 142.

Souza ASR, Costa AAR, Coutinho I, Noronha Neto C, Amorim MMR. Indução do trabalho de parto: conceitos e particularidades. Femina. 2010; 38:185-94.

Calderon IMP, Frade JL, Abbade JF, Diniz CP, Dalben I, Rudge MVC. Prova de trabalho de parto após uma cesárea anterior. Rev Bras Ginecol Obstet. 2002: 24:161-6.

Junqueira SM. Sentimentos, percepções e necessidades da parturiente na sala de parto. São Paulo: Escola de Enfermagem USP; 1987.

Conover WJ. Practical nonparametric statistics. 3rd ed. New York: John Wiley; 1999.

Cecatti JG, Calderon IRMP. Intervenções benéficas durante o parto para a prevenção de mortalidade materna. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27:357-65.

Silva SALC, Moraes Filho OB, Costa CFF. Análise dos fatores de risco anteparto para ocorrência de cesárea. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27:189-96.

Nomura RMY, Alves EA, Zugaib M. Complicações maternas associadas ao tipo de parto em hospital universitário. Rev Saúde Pública. 2004; 38:9-15.

Rossi AC, D'Addario V. Maternal morbidity following a trial of labor after cesarean section VS elective repeat cesarean delivery: a systematic review with meta-analysis. Am J Obstet Gynecol. 2008; 199:224-41.

Behage DP, Victora CG, Barros FC. Consumer demand for caesarean sections in Brazil: informed decision making, patient choice, or social inequality? A population based birth cohort study linking ethnographic and epidemiological methods. BMJ. 2002; 324:942-5.

Teixeira KC. Humanização do parto. In: Anais do IX Congresso Nacional da Educação; III Encontro Sul Brasileira de Psicopedagogia. Curitiba: PUC-PR; 2009. p. 1472-7.

Pires D, Fertonani HP, Conill EM, Matos TA, Cordova FP, Mazur CS. A influência da assistência profissional em saúde na escolha do tipo de parto: um olhar sócio-antropológico na saúde suplementar brasileira. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2010; 10:191-7.

Oliveira TA, Taborda WC. Redução das taxas de cesáreas: uma meta a ser alcançada. Femina. 2004; 32:271-6.

Downloads

Publicado

2012-11-27

Como Citar

1.
Patrício BT, Vanin NS, Novo JLV. Parto vaginal após uma cesárea anterior. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 27º de novembro de 2012 [citado 30º de dezembro de 2024];14(4):135-46. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/6739

Edição

Seção

Artigo Original