Partir e recomeçar: imigração e carreira de brasileiras e brasileiros na Irlanda

Autores

  • Andrea Oltramari Universidade de Passo Fundo
  • Luise Bittencourt Peres Universidade Federal do Rio Grande do Sul https://orcid.org/0000-0002-8560-457X
  • Aline Mendonça Fraga Faculdade do Sistema de Ensino Gaúcho https://orcid.org/0000-0002-4240-464X
  • Maria José Tonelli Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.23925/recape.v13i3.57033

Palavras-chave:

Migração, Carreira, Turning points

Resumo

O presente artigo aborda a carreira de emigrantes do Brasil para a Irlanda com foco nos pontos de virada (turnpoints) que envolvem tanto a decisão para migrar como aqueles vivenciados no contexto de migração. O estudo é de cunho qualitativo. Como principais resultados, destacam-se: a) as particularidades da vida de imigrante atravessadas por marcadores sociais, principalmente por gênero, b) a relevância da formação de redes entre mulheres imigrantes; c) a precarização e informalidade experimentadas por profissionais com qualificação; d) a crise de moradia e aluguéis e) novos desafios impostos a imigrantes pela situação de pandemia mundial. O estudo contribui para a articulação dos estudos de migração e carreira, com destaque para os pontos de virada, que envolvem recomeços e regressos muitas vezes compulsórios, vividos por imigrantes.

Referências

APPADURAI, A.. Do genocídio ao ideocídio. In: O medo ao pequeno número: ensaio sobre a geografia da raiva. São Paulo, Iluminuras/Itaú Cultural, 2009.

BAJWA, J. K. et al. Examining the Intersection of Race, Gender, Class, and Age on Post-Secondary Education and Career Trajectories of Refugees. Refuge, Canada’s. Journal on Refugees. V. 34, n. 2, p. 113-123, 2018.

CAMPION, E. D. The career adaptive refugee: Exploring the structural and personal

barriers to refugee resettlement. Journal of Vocational Behavior. V. 105, p. 06-16, 2018.

CASTELLS, M. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CARPENEDO, M.; NARDI, H. Maternidade transnacional e produção de subjetividade: as experiências de mulheres brasileiras imigrantes vivendo em Londres. Cadernos PAGU, n. 49, 2017.

CSO. Census 2016 -Non-Irish Nationalities Living in Ireland: Brazilian. Central Statistics Office, 2016. Disponível em: < https://www.cso.ie/en/releasesandpublications/ep/p-cpnin/cpnin/brazilian/> Acesso em 29 de março, 2020.

DELUCA, G.; ROCHA-DE-OLIVEIRA, S.; CHIESA, C.. Projeto e metamorfose: contribuições de Gilberto Velho para os estudos sobre carreiras. Revista de Administração Contemporânea, v. 20, n. 4, p. 458-476, 2016.

DELUCA, G.; ROCHA-DE-OLIVEIRA, S.. Inked careers: Tattooing professional paths. BAR-Brazilian Administration Review, v. 13, n. 4, 2016.

DIAS, L. C.. Os sentidos da rede: notas para a discussão. IN: Dias, L. C e Silveira, R, L, L. Redes, sociedades e territórios. Santa Cruz do Sul, Edunisc, 2007. pp. 11-28

DORNELAS, P.D.; RIBEIRO, R.G.N. Mulheres Migrantes: invisibilidade, direito à nacionalidade e a interseccionalidade nas políticas públicas. O Social em Questão. N. 41, mai/ago, 2018.

EU. Ireland: overview: European Union, 2020. Disponível em: < https://europa.eu/european-union/about-eu/countries/member-countries/ireland_en> Acesso em 29 de março, 2020.

FRAGA, A. M.; ROCHA-DE-OLIVEIRA, S.. Mobilidades no labirinto: tensionando as fronteiras nas carreiras de mulheres. Cadernos EBAPE. BR, Early View, Maio, 2020.

HAESBAERT, R.. Definindo território para entender a desterritorialização. In:

HAESBAERT, Rogério. O Mito da Desterritorialização. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2004. pp. 35-98.

_________. Múltiplas dimensões da desterritorialização. In: HAESBAERT, Rogério. O Mito da Desterritorialização. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2004. pp. 171-234.

HIRATA, H.. Gênero, patriarcado, trabalho e classe. Revista Trabalho Necessário, v. 16, n. 29, 2018.

HOLZMANN, L.. Divisão sexual do trabalho. In: CATTANI, A.; HOLZMANN, L. (Org.). Dicionário de trabalho e tecnologia. Porto Alegre: UFRGS, 2006. P. 101-103.

HOWES, L. M.; GOODMAN-DELAHUNTY, J. Predicting career stability and mobility: embeddedness and boundarylessness. Journal of Career Development, v. 42, n. 3, p. 244-259, 2015.

HUGHES, E. C. Institutional office and the person. American journal of sociology, v. 43, n. 3, p. 404-413, 1937.

_________. Men and their Work. Chicago: The University of Chicago Press, 1958.

INIS. Imigration in Ireland Statistics. Irish Naturalisation and Immigration Service, 2018.

JOVCHELOVICH, S., BAUER, M.. Entrevista Narrativa. BAUER, Martin W.; GASKELL, G.. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Editora Vozes Limitada, 2018.

LENCIONI, S.. redes, coesão e fragmentação do território contemporâneo. Scripta Nova: Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. Universidad de Barcelona. V. XIV, n. 331 (69), 1 de agosto de 2010. Disponível em: http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-331/sn-331-69.htm

MAHER, G.; CAWLEY, M. Short‐Term Labour Migration: Brazilian Migrants in Ireland. Population, Space and Place. V. 22, p. 25-25, 2016.

_________. Social Networks and Labour Market Access among Brazilian Migrants in Ireland. Journal of Ethnic and Migration Studies. V. 41, p. 2336-2356, 2015

MAHER, G. A Transnational Migrant Circuit: remittances from Ireland to Brazil. Irish Geography. V. 43, n. 2, p. 177-199, jul, 2010.

MAYRHOFER, W.; MEYER, M.; STEYRER, J.. Contextual issues in the study of careers. Handbook of Career Studies, p. 215-240, 2007.

OLTRAMARI, A. P.; GRISCI, C. L. I.. Trajetórias e transições nas carreiras de executivos bancários. Revista Gestão & Tecnologia, v. 12, n. 1, p. 126-150, 2012.

_________. Carreira e família na sociedade líquido-moderna. RAM. Revista de Administração Mackenzie, v. 15, n. 1, p. 15-48, 2014.

ONU. Human Development Index Ranking: UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME, 2018. Disponível em: < http://hdr.undp.org/en/content/2019-human-development-index-ranking> Acesso em 29 de março, 2020.

SANTOS, M. Por uma geografia das redes. In: _______. A natureza do espaço. São Paulo, EDusp, 2014, 8ª ed. pp- 261-278.

VILLEN, P. A Face Qualificada-especializada do Trabalho Imigrante no Brasil: temporalidade e flexibilidade. Caderno CRH, Salvador, v. 30, n. 79, p. 33-50, Jan./Abr.

WEHRLE, K.; KIRA, M.; KLEHE, U.C. Putting career construction into context: Career adaptability among refugees. Journal of Vocational Behavior. 2018.

YU, K. Negotiating ‘otherness’ as skilled migrants. Journal of Industrial Relations. V. 61, n. 2, p. 199-224.

Publicado

2023-09-07