O PT e os Sindicatos no Regime do Golpe
DOI:
https://doi.org/10.23925/2764-8389.2022v1i1p149-169Palavras-chave:
Gramsci, Trotsky, Sindicatos, PT, GolpeResumo
O presente artigo busca investigar a localização estratégica do Partido dos Trabalhadores, a partir da sua influência nos sindicatos, no regime político do golpe institucional consolidado em 2016. Marcado pelo conceito gramsciano de crise orgânica e seguido da ascensão de um governo de extrema direita comandado por Jair Bolsonaro. Para isso, a metodologia utilizada foi recuperar historicamente a estrutura sindical brasileira, em base a realização de uma revisão bibliográfica crítica e fundamentada nas elaborações teóricas de Leon Trotsky. Identifica-se, assim, o papel capitulador do stalinismo em sua aliança com a burguesia nacional até o golpe de 1964, e a não superação que representou a criação do PT nos anos de 1980 na perspectiva de uma política de independência da classe operária. Esse processo de institucionalização do partido, ao longo dos anos 90 como oposição, e de 2002 em diante como governo, aprofundou as contradições com sua base sindical e social. Uma tendência que como hipótese deverá seguir em desenvolvimento até as eleições de 2022, com a figura de Lula a frente, traçando um paralelo importante com o trabalhismo inglês de Tony Blair. No que diz respeito a aplicação de ajustes neoliberais, que no caso brasileiro significa reconquistar suas relações de confiança com o imperialismo norte americano, assumindo compromissos contrários aos interesses da classe trabalhadora numa época em que a luta de classes volta a ser um fator determinante da situação política internacional.
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