A página que falta: reflexões sobre o Complexo Industrial e Econômico da Saúde (CEIS) como elemento de redução da dependência tecnológica e produtiva
DOI:
https://doi.org/10.23925/2764-8389.2022v2i1p158-181Palabras clave:
Economia Política, Desenvolvimento, Indústria, SaúdeResumen
Esse artigo busca tratar da transdisciplinaridade e das múltiplas facetas que envolvem a pesquisa para a compreensão dos problemas afetos à saúde e suas alternativas, com base numa abordagem da economia política. Por meio da devida conceituação dos temas inerentes, especialmente na bibliografia da economia clássica, o artigo pretende lançar luz sobre a importância da robustez da indústria para a redução da dependência tecnológica como elemento dinamizador de oportunidades de inserção nas cadeias globais de valor. Se é verdade que o mundo caminha em relação às políticas públicas baseadas em evidências, os exemplos de sucesso revelam que na área da saúde o desenvolvimento tecnológico é fundamental para permitir com que o Brasil possa assumir as rédeas de seu próprio destino. Políticas neoliberalizantes, adotadas nas últimas décadas, têm reduzido a perspectiva de reindustrialização. A falsa dicotomia entre o Estado e o Mercado está na gênese do atraso tecnológico brasileiro em vários segmentos, embora não seja a causa exclusiva. Em tempos de individualismo, o SUS mostrou seu valor e conquistou a simpatia de muitos brasileiros refratários, com o advento da Covid-19. As grandes inovações têm surgido a partir de interoperabilidade entre o Estado e o Mercado. Conclui-se que as externalidades positivas que o setor de saúde revela não podem ser desperdiçadas. A perspectiva de desenvolvimento econômico é o elemento central dos benefícios alcançáveis. A decisão sempre é política, mas se ela for baseada em evidências, o debate econômico precisa ouvir vozes para além daquelas defensoras únicas da financeirização.
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