Neoliberalismo, subjetividade e indústria cultural no Brasil

Uma proposta de interpretação a partir da Teoria Crítica

Autores

  • Jéssica Raquel Rodeguero Stefanuto Fundação Educacional de Penápolis; UNESP/Marília

DOI:

https://doi.org/10.23925/1982-6672.2024v17i50p135-155

Palavras-chave:

Neoliberalismo, indústria cultural, música sertaneja, formação estética

Resumo

As crises contemporâneas do capital têm mobilizados esforços no sentido de gerir o mal-estar social voltando-o contra inimigos projetados que passam a ser alvos de uma violência autoritária. A indústria cultural musical oferece sua parcela de justificativa, de convencimento e de naturalização das relações desumanas que exploram a natureza e os seres humanos como se não houvesse alternativa. É nesse contexto que o presente trabalho propõe uma interpretação da relação entre as crises do neoliberalismo, a gestão dos afetos e o avanço hegemônico de um certo gênero da indústria cultural musical no Brasil financiado pelos setores econômicos que buscam se reestruturar e se fortalecer às custas do que quer que seja. Para tanto, este trabalho volta-se para os fundamentos da Teoria Crítica da Sociedade e ensaia uma interpretação da realidade contemporânea que articula as transformações do modo de produção diante das crises, a gestão de afetos e de processos de subjetivação que buscam garantir a autoconservação dos sujeitos.

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Biografia do Autor

Jéssica Raquel Rodeguero Stefanuto, Fundação Educacional de Penápolis; UNESP/Marília

Doutoranda em Educação; linha de pesquisa Filosofia da Educação; Professora no curso de Psicologia.

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Publicado

2024-12-21