Do pragmatismo à intuição mística: uma leitura bergsoniana de William James

Autores

  • Pablo Zunino FFLCH-USP

Palavras-chave:

ação, pragmatismo, experiência, intuição, misticismo, consciência

Resumo

Este artigo examina a relação entre psicologia e metafísica à luz da última obra de Bergson – As duas fontes da moral e da religião. Julgamos que, nessa obra, o autor concebe uma nova direção para a filosofia, onde confluem as suas análises psicológicas sobre a duração, a sua teoria pragmatista do conhecimento, o seu método de intuição e a sua metafísica da vida. Essa direção, marcada por uma preocupação essencial do pensamento bergsoniano com a espiritualidade, é a que põe em relevo a experiência mística; e poderia explicar, ainda, a simpatia intelectual entre Bergson e William James. Estudar a última obra de Bergson em cotejo com alguns textos de James nos encaminhará para uma compreensão mais nítida do caráter fundamental do místico, aquele que conjuga contemplação, ação prática e verbalização dos sentimentos derivados da experiência. O pragmatismo de James, porquanto fornece o arcabouço experimental da noção de estado místico de consciência, se configura como um complemento substancial deste trabalho e delimita, ao mesmo tempo, o nosso objeto de estudo. Tomando por base estas duas concepções de misticismo, que balizam a diferença entre uma abordagem ontológica e uma abordagem psicológica da subjetividade, pretendemos avaliar até que ponto se pode conciliar a especulação metafísica com as experiências no campo da psicologia, mostrando o que elas partilham e o que as distingue.

Referências

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Publicado

2010-11-04

Edição

Seção

Dossiê William James - 100 anos