Fixação de Crenças, Big Data, Semiótica, Pragmatismo, Fake news,
Resumo
A partir dos artigos A Fixação das Crenças e Como tornar as nossas ideias claras do filósofo e semioticista Charles S. Peirce, publicados do final da década de 1870, propomos a discussão sobre a onda de boatos contra a vereadora brasileira Marielle Franco ocorrida em março de 2018 com base em duas questões: quais foram os mecanismos envolvidos na criação e no compartilhamento de desinformação com a intenção de gerar uma crença que desqualificasse a vereadora e justificasse socialmente seu assassinato? Como encontrar a verdade em tempos de fake news? Levando-se em conta a rapidez e a eficácia da campanha de difamação promovida contra a vereadora na Internet, faremos o debate também com base na reflexão sobre as implicações dos fenômenos conhecidos como Big Data e fake news. Com os aportes teóricos da semiótica de Peirce, realizaremos uma análise sobre a criação, disseminação e repercussão dos boatos contra Marielle, compreendidos aqui como signos capazes de transmitir determinadas informações e gerar certos efeitos numa comunidade de interpretantes socialmente conectada pela rede mundial de computadores. Nosso recorte privilegia o debate do tema sob o ponto de vista semiótico, com o objetivo de aprofundar a compreensão de fenômenos comunicacionais contemporâneos e suas implicações na sociedade.
Biografia do Autor
Anderson Vinicius Romanini, Universidade de São Paulo
Professor doutor no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e editor científico da revista Semeiosis.
Rebeka Figueiredo da Guarda, Universidade de São Paulo
Jornalista e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.