Contribuições do Pragmatismo para o Estudo do Conceito de Informação

Autores

  • Gilberto César Lopes Rodrigues Universidade Estadual Paulista/ UNESP – Campus de Marília – Brasil
  • Ramon Capelle Andrade Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP − Brasil
  • Maria Eunice Quilici Gonzalez Universidade Estadual Paulista/ UNESP – Campus de Marília – Brasil

Palavras-chave:

Ação, Causa final, Informação, Hábitos, Organização, Realismo, Informacional, Significado

Resumo

O objetivo deste trabalho consiste em analisar algumas contribuições do pragmatismo peirceano no que diz respeito ao entendimento do conceito de informação. Defenderemos a hipótese geral segundo a qual a concepção peirciana de informação contribui para o esclarecimento da controvérsia contemporânea sobre a natureza do processo de aquisição de significado no domínio da ação. O significado conceitual de um objeto externo, de acordo com Peirce, é dado pelo conjunto de suas conseqüências práticas para a ação habitual. Argumentamos em defesa da hipótese particular de que o conceito de informação está essencialmente conectado ao conceito de padrão habitual de ação. Para tanto, nos apoiamos nos estudos sobre o Realismo Informacional (RI), tal como preconizado por Stonier (1990; 1997) e por Schaeffer (2001). Esses autores defendem uma existência ontológica da informação, informação essa que se faz presente onde quer que haja alguma forma de organização. Em seguida, aplicamos o Realismo Informacional (RI) para explicitar as considerações de Peirce acerca da natureza causa final, condicional, do tipo se acontece A (a circunstância, ou antecedente lógico), então agir de modo B (o conseqüente lógico) intrínseca à ação habitual. Em outras palavras, um hábito manifesta-se em termos da conexão informacional entre antecedente – estado de coisas ambiental ou causa eficiente – e conseqüente, um modo regular de ação. A atualidade das discussões sobre o estatuto ontológico da informação (aqui entendida como princípio de organização) aponta para a magnitude dos trabalhos filosóficos de Peirce, que, sem os recursos tecnológicos da contemporaneidade, anteviu a estreita relação entre informação, hábito e ação.

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