John Dewey e Sidney Hook: o método da inteligência para se lidar com o sentido trágico da realidade

Resumo

O presente estudo resulta de uma análise sobre a epistemologia na tradição pragmatista, considerando, sobretudo autores que se associam à filosofia deweyana e aos princípios do pragmatismo clássico. Com certeza os pragmatistas do passado como Pierce, James e Dewey deram uma enorme contribuição à discussão sobre uma teoria da verdade em termos contingentes. Autores como Sidney Hook, Hilary Putnam, Willard Van Omar Quine, Richard Rorty apresentaram ao público muitas questões sobre os problemas do conhecimento que guardam proximidade ao pensamento de Dewey. O critério adotado para a análise e comparações entre o pensamento de Dewey e destes autores foi às categorias ‘historicismo’ e o ‘naturalismo’. Temas como externalismo versus internalismo, mente versus mundo, ciência versus não ciência são termos da filosofia dualista que foram substituídos na obra de Dewey por interacionismo, contextualismo, progressivismo, sempre numa perspectiva dialética. Para o propósito deste texto, delimitamos nossa análise no pensamento de Sidney Hook (1902-1989). Este autor adota o conceito deweyano de método da inteligência criadora para explorar filosoficamente o pragmatismo e advogar que, este método possibilitaria melhores condições para se lidar com o sentido trágico da realidade, que em termos rortyano, significa a contingência. Na condição de continuador das ideias de John Dewey, Sidney Hook, acrescentou ao pragmatismo as teses marxistas até então pouco exploradas pelos filósofos desta tradição. Para Hook, o pragmatismo filosófico era uma forma de contrapor-se a todas as especulações de ordem metafísicas, pois diante do sentido trágico da vida, o que podemos fazer é buscar formas solidárias de sociabilidades e não uma realidade última e transcendente.

Palavras Chave: Epistemologia. Naturalismo. Historicismo. Método da Inteligência.