“As Variedades da Experiência Religiosa” de William James Revisitada

Autores

  • Luís Malta Louceiro Mestrando da PUC/SP

Palavras-chave:

Astanga-Yoga, Emerson, Experiência Religiosa. Fernando Pessoa, James, Jung, Mestre Eckhart, Misticismo. Peirce. Schelling, Schopenhauer, Tantra, Upanishads, Zen

Resumo

Em 1901 coube a William James (1842-1910) dar as prestigiosas Conferências Gifford em Edimburgo, Escócia, onde falou sobre “As Variedades da Experiência Religiosa,” publicadas depois em um único volume pela The Modern Library (NY) em 1902. Interessar-nos-á, aqui, em primeiro lugar, rever a sua Palestra XVIII, que trata da “Filosofia” – em que mostra a impotência da teologia e do idealismo para dar conta da Vida em geral e da experiência mística em particular -, e apresenta Peirce (1839-1914) e o pragmatismo como método de investigação ideal. Em segundo lugar, uma vez que há uma grande diferença entre o pragmatismo de James e o pragmaticismo de Peirce, buscaremos refazer a trajetória dessa idéia, o panteísmo, ou o idealismo-objetivo, de que Peirce é legítimo herdeiro, que Schelling (1775-1854) -, a partir das Críticas de Kant (1724-1804) e da Ciência da Natureza de Fichte (1762-1814) -, foi buscar, especialmente (I) no misticismo de Mestre Eckhart (c.1260-c.1328), (II) no ocultismo de Böhme (1575-1624), inspirado na cabala judaica, (III) no filósofo e teólogo Franz Xaver von Baader (1765-1841) e, (IV) nas Upanishads, traduzidas (1844) para ele por Max Müller (1823-1900) -, para mudar o curso da Filosofia Ocidental e ajudar no advento de uma nova ciência, a Psicologia. Em terceiro lugar, vamos passar às Palestras XVI e XVII sobre Misticismo, em que apresentaremos o Astanga-Yoga – coração dessa obra-prima da literatura mística indiana, que são os Yoga-Sūtras (“Aforismos da Ioga”), codificado por Sri Patañjali em c. 147 AEC – como um exemplo do “cultivo metódico” (James, 390-2) que promete levar o praticante, gradualmente, a “experiências místicas de platô” (Pierre Weil; Ken Wilber). Para melhor analisá-lo -, sempre que possível com as lentes de Peirce (senão com a de outros pensadores) -, mostraremos seu contexto sócio-histórico (sentido lato), sua estrutura epistêmico-ontológico (sentido estrito), sempre buscando “traduzi-lo” em analogias com as narrativas produzidas por outros místicos e artistas dessa e de outras tradições.

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