Duas Notas a Respeito da Mente Experimentalista de Espinosa, Segundo Peirce: Paralelismo Ontológico e Continuidade
Palavras-chave:
Peirce, Espinosa, Pragmatismo, Ontologia, ContinuidadeResumo
Entre os filósofos da tradição metafísica elogiados por Peirce encontra-se Espinosa. A saudação de Peirce a este pensador se devia ao fato de que sua metafísica seria partícipe de uma, assim chamada, mente experimentalista. A presente comunicação visa, justamente, destacar elementos da filosofia espinosana que, por hipótese, realizam o caráter experimentalista alegado por Peirce. Tal objetivo principal será cumprido a partir de duas notas, onde se demonstrarão não apenas os problemas experimentalistas de Espinosa, como também, sua ressonância em certas passagens importantes de “Metafísica Científica” de Peirce. De fato, Espinosa se dedica, com afinco, à construção do chamado paralelismo ontológico entre corpos e idéias. Sendo esta uma das teses centrais de sua Ética, o referido paralelismo estabelece, decisivamente, um elo pragmatista entre o conhecimento (idéias) e o mundo da ação (corpos). Assim como, para Peirce, novas relações desencadeiam crenças que se estabelecerão, configurando um novo hábito que há de gerar uma modificação quanto à conduta da vida. Mas, neste caso, a essas relações estão baseadas na tese peirceana da continuidade. A mesma concordância, aproximadamente, se encontra do ponto de vista das idéias ou no domínio epistemológico. De acordo com Espinosa, o surgimento de uma nova relação entre corpos impõe a necessidade de conhecimento, já que novas relações precisam de novas idéias. Com Peirce, temos o sentimento de satisfação sempre que se passa da dúvida à crença, de modo que novos hábitos mentais são também a garantia epistemológica de que algo novo surgiu. Em suma, tanto para Espinosa quanto para Peirce, vigoraria certa ressonância entre a alegria ética e a satisfação de conhecer. Por isso é que, hipoteticamente, a mente experimentalista de Espinosa atraiu a atenção de Peirce.Downloads
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