A mente expandida do ponto de vista pragmaticista
contribuições da filosofia de Charles Sanders Peirce para as ciências psíquicas
DOI:
https://doi.org/10.23925/2316-5278.2024v25i1:e67421Palavras-chave:
Filosofia da mente, Psicologia, SemióticaResumo
Neste artigo, apresentamos algumas possíveis contribuições inferidas da Filosofia de Charles Sanders Peirce que podem fundamentar os estudos sobre as ciências psíquicas, especificamente as Teorias da Mente Expandida. Para isso, utilizamos o pragmaticismo de Peirce e seu conceito de mente. Segundo ele, a mente é intensiva, interativa, expandida e mutável. No processo da expansão mental existem conexões entre as cognições (quase-mentes) guiadas por quase-propósitos, que são atualizações da Causa Final (finious). Ela é uma potência de excitação que busca a ampliação da razoabilidade. O finious é intensificado a partir de estados de irritação, derivados dos atritos entre quase-mentes que estão em relação. Essas resistências são resolvidas por meio da geração e transformação de hábitos que ampliam e tornam mais complexas as mediações correlacionadas. Desta forma, o que era alteridade – por ação do hábito – passa a fazer parte de uma mente expandida. Do ponto de vista pragmaticista, as consequências experimentais do conceito de mente expandida devem ser: a emergência, a evolução e o acoplamento de regularidades materializadas em corpos heterogêneos. Do estudo dessas regularidades deve ser possível inferir: as associações de propósitos e mediações para a resolução da “irritação” das quase-mentes envolvidas em um processo de expansão mental. Cabe a um psicólogo investigador da mente expandida a atualização desses processos em contextos específicos.
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