A herança da água e do saneamento
Paisagem cultural e patrimônio industrial no Morro Grande
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-4174.34.2025e68998Palavras-chave:
Reserva Florestal do Morro Grande, Vila Operária do DAE, Patrimônio, Patrimônio Ambiental, Paisagem AmbientalResumo
A partir do século XIX, o Vilarejo de Cotia passa a figurar como fonte de abastecimento de água para São Paulo, através dos estudos realizados pelo engenheiro Theodoro Sampaio na época diretor da Repartição de Águas e Esgoto (R.A.E.), mais tarde DAE, sobre a utilização dos mananciais do Morro Grande. É dentro desse contexto que se dá a construção da Barragem Nossa Senhora das Graças e da Represa Pedro Beicht e da Vila Operária do DAE, típico representante do Patrimônio Industrial ligado a questões do abastecimento e do saneamento das cidades de Cotia e de São Paulo. A ideia é trabalharmos o Patrimônio Industrial como um elemento integrante da Paisagem Cultural, por acreditarmos que a Reserva Florestal do Morro Grande e a Vila Operária do DAE são ambientes que estão associados e não dissociados. Esse artigo é parte da pesquisa de doutorado em que apresentamos uma análise sobre historicidade dos conceitos de patrimônio ambiental e da categoria de paisagem cultural e a sua utilização por parte dos órgãos de preservação internacionais e nacionais, especificamente sobre o órgão de preservação paulista, o CONDEPHAAT. Conjuntamente, a análise dos conceitos que embasaram o processo de tombamento da Reserva Florestal do Morro Grande e a exclusão da sua Vila Operária do DAE.
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