Revisitando as políticas linguísticas educacionais em Moçambique:
O caso da educação bilingue
DOI:
https://doi.org/10.1590/1678-460x202259463Palavras-chave:
Moçambique; educação; educação bilingue; políticas linguísticas.Resumo
Conheci Marilda Cavalcanti nos anos 1990, em Moçambique, quando decorria a primeira experiência de educação bilingue em Moçambique, no Instituto Nacional do Desenvolvimento da Educação. A experiência envolvia apenas duas línguas, uma do sul do país e outra do centro, de um total de quase 20 línguas moçambicanas. Passados quase 20 anos, temos 19 línguas no ensino primário e duas modalidades de ensino, a monolingue e a bilingue. Com este artigo, pretendo mostrar a trajetória das políticas linguísticas educacionais, das quais eu tomei parte, e que foram concebidas numa perspectiva epistémica do sul. Nessa trajetória, muito contribuiu para o meu crescimento académico-profissional a valiosa orientação da Marilda, desde os primórdios da educação bilingue em Moçambique e, mais tarde, como minha orientadora na pós-graduação.
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