A parceria entre universidade e escola no percurso formativo do (futuro) professor que ensina matemática

Resumo

A Matemática ainda é uma área que gera desconforto à maioria dos estudantes que ingressa no curso de Licenciatura em Pedagogia, uma vez que, na escolaridade de cada um, ela normalmente é marcada por um ensino pautado na mecanização e memorização de algoritmos e fórmulas. Após cursarem as disciplinas que abordam os fundamentos e as metodologias de ensino de Matemática, essa percepção pode se alterar, na medida em que os graduandos geralmente entram em contato com propostas que defendem a construção de sentidos na aprendizagem dos conteúdos matemáticos estudados na escola. O professor em exercício, por sua vez, nem sempre tem a oportunidade de compartilhar, com seus pares, no próprio ambiente escolar, seus saberes, não-saberes, limitações e desafios referentes ao ensino de Matemática, mantendo, quando muito, um diálogo tecnicista sobre as exigências do currículo oficial para a elaboração de seu planejamento. Este artigo tem o propósito de apresentar os resultados de um projeto de extensão universitária que objetivou a formação conjunta de professores em exercício e estudantes de Licenciatura em Pedagogia ao longo do planejamento, do desenvolvimento e da avaliação de oficinas de Matemática destinadas a alunos do 5º ano e do 6º ano do ensino fundamental. Os estudos que defendem a proposta de articulação entre a formação inicial e a formação continuada de professores na constituição dos saberes docentes, dentre eles os de Tarfid (2014) e de Nóvoa (2009, 2017), nortearam as ações do projeto “A Matemática pela via da ludicidade”. Conclui-se que a parceria entre escola e universidade, no desenvolvimento da formação docente, promove discussões frutíferas acerca do trabalho de sala de aula, de modo que professores e futuros professores dialoguem sobre os objetos matemáticos a serem ensinados e como o aluno raciocina e constrói seu conhecimento da área.