Percepções de licenciandos/as em Matemática sobre avaliação da aprendizagem

Autores

  • Samira Zaidan Universidade Federal de Minas Gerais http://orcid.org/0000-0001-7163-5546
  • Niusarte Virginia Pinheiro Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri - Teófilo Otoni

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-3156.2021v23i2p130-159

Palavras-chave:

Avaliação da aprendizagem, Formação docente, Violência simbólica, Educação Matemática.

Resumo

Este estudo objetiva analisar percepções de licenciandos/as sobre as práticas avaliativas em um curso de licenciatura em matemática e discutir implicações para a aprendizagem dos conteúdos específicos matemáticos. Trata-se de resultado de uma pesquisa qualitativa, expositiva e explicativa. O curso e os/as estudantes foram selecionados/as por amostra não probabilística acidental. Os dados foram produzidos mediante as seguintes ações metodológicas: análise documental, observação de aulas, entrevista semiestruturada, a promoção de uma roda de conversa, acesso a redes sociais ‒ grupos fechados: Facebook e WhatsApp, procedendo-se à análise do conteúdo. As bases teóricas de análise foram a teoria da reprodução e uma concepção de avaliação da aprendizagem como processo formativo integrado à prática docente. Nossos/as interlocutores/as manifestaram acentuada preocupação com a obtenção de notas para aprovação e advogaram a favor da prova tradicional como o instrumento adequado e fidedigno para aferir a aprendizagem. Na percepção da maior parte deles/as, diversificar instrumentos de avaliação, além da prova, significa facilitar a aprovação, rebaixar o nível de exigência e a qualidade do curso. Outra parte deles/as mostra grande dificuldade com a avaliação praticada no curso, compreendendo-a como seletiva e indicando a necessidade de diversificação dos instrumentos avaliativos. Há um silenciamento dos/as interlocutores/as em relação à concepção de avaliação formativa e integrada à prática pedagógica. Expressam uma percepção inicial e nebulosa do caráter oculto e legitimador da avaliação que, ao classificá-los/as e selecioná-los/as, responsabiliza-o/as por seus êxitos e fracassos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Samira Zaidan, Universidade Federal de Minas Gerais

Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino - Faculdade de Educação

Educação Matemática - setor

Linha de pessquisa: Educação Matemática - Programa de Pós-Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social.

Niusarte Virginia Pinheiro, Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri - Teófilo Otoni

  Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus JK, Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Exatas. 

Referências

Bardin, L. (2016). Análise de Conteúdo. Edições 70.

Bourdieu, P. (1989). O poder Simbólico. Bertrand Brasil.

Bourdieu, P. (2004). Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. Ed. da Unesp.

Bourdieu, P. (2015). Economia das trocas simbólicas. Perspectiva.

Bourdieu, P. (2017). A distinção: crítica social do julgamento. Zouk.

Bourdieu, P & PASSERON, JC. (1982). A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Francisco Alves.

Bourdieu, P. & Passeron, JC. (2015). Os herdeiros: os estudantes e a cultura. Ed. da UFSC.

Buriasco, R. L. C. & Soares, M. T. C. (2008). Avaliação de sistemas escolares: da classificação dos alunos à perspectiva de análise de sua produção matemática. In: W. R. Valente (org.). Avaliação em Matemática: história e perspectivas atuais. Papirus, (pp.101-142).

Cunha, M. I. (2005). Avaliação e poder na docência universitária: campos legitimados e saberes silenciados. In: M. I. Cunha (org.). Formatos avaliativos e concepção de docência. Autores Associados, (pp. 93-116).

D’Ambrosio, B. (1993). Formação de professores de Matemática para o século XXI: o grande desafio. Pro-Posições, v. 4, n. 1, (pp. 35-41).

D’Ambrosio, B. (1989) Como ensinar matemática hoje? Temas e Debates. SBEM. n. 2.

D’Ambrosio, U. (2007). Educação Matemática: da teoria à prática. Papirus.

Fiorentini, D. (2005). A formação matemática e didático-pedagógica nas disciplinas de Licenciatura em Matemática. Revista de Educação PUC-Campinas, n. 18, (pp. 107-115). http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/issue/view/43

Fischer, M. C. B. (2008). Os formadores de professores de Matemática e suas práticas avaliativas. In: S. R. Valente. (org.). Avaliação em Matemática: história e perspectivas atuais. Papirus, (pp. 75-100).

Freire, P. (2005). Educação como prática de liberdade. Paz e terra.

Gatti, B. A. & Barreto, E. S.S. (Coord.). (2009). Professores do Brasil: impasses e desafios. UNESCO. https://www.fcc.org.br/fcc/wp-content/uploads/2019/04/Professores-do-Brasil-impasses-e-desafios.pdf

Inep. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. (2020). Indicadores educacionais. Brasília, DF: INEP, [s. d.]. http://portal.inep.gov.br/guest/indicadores-educacionais.

Jourdain, A. & Naulin, S. (2017). A teoria de Pierre Bourdieu e seus usos sociológicos. Vozes.

Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (1996) Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm.

Luckesi, C. C. (2018). Avaliação em educação: questões epistemológicas e práticas. Cortez.

Ludcke, M. & ANDRÉ, M. E. D. A. (1986). Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. EPU. https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/horizontes/article/view/3759

Menezes, L. C. (1987). Formar professores: tarefa da universidade. In: D. B. Catani et al. (org.) Universidade, escola e formação de professores. Brasiliense, (pp. 115-125).

Moreira, P. C.; Ferreira, E.B.; Jordane, A.; Nóbriga. J.C.C.; Fischer, M.C.B.; Silveira, E. & Borba, M.C. (2012) Quem quer ser professor de matemática? Zetetiké, v. 20, n. 1[37], jan./jun. /https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/zetetike/issue/view/1221

Nogueira, C. M. M. & Nogueira, M. A. (2005). Um arbitrário cultural dominante. Revista Educação. Especial Biblioteca do Professor n. 5. (Bourdieu pensa a educação). Editora Segmento.

Nogueira, C. M. M. & Nogueira, M. A. (2016). Bourdieu e a educação. Autêntica.

Polettini, A. F. F. (1996). História de vida relacionada ao ensino da Matemática no estudo dos processos de mudança e desenvolvimento de professores. Zetetiké, v. 4, n. 5, (pp. 29- 48). https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/zetetike/issue/view/1238

Silva, N. M. (2014). Avaliação: ponte, escada ou obstáculo? Saberes sobre as práticas avaliativas em Cursos de Licenciatura em Matemática. 2014. Dissertação (Mestrado) ‒ Universidade Federal de Ouro Preto.

Soares, M. B. (1989). Avaliação Educacional e clientela escolar. In: M. H. S Patto (org.). Introdução à Psicologia Escolar, (pp. 47-53).

Downloads

Publicado

2021-09-01

Como Citar

ZAIDAN, S.; PINHEIRO, N. V. Percepções de licenciandos/as em Matemática sobre avaliação da aprendizagem. Educação Matemática Pesquisa Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 130–159, 2021. DOI: 10.23925/1983-3156.2021v23i2p130-159. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/53746. Acesso em: 22 nov. 2024.