Tradição e modernidade em diálogo na correspondência de Pio Lourenço Corrêa & Mário de Andrade
Palavras-chave:
Mário de Andrade, Pio Lourenço Corrêa, Diálogo Epistolar, Crítica Genética, EstiloResumo
Este trabalho tem como objetivo apresentar e discutir alguns aspectos sentimentais e literários do diálogo epistolar entre Mário de Andrade (1893-1945) e Pio Lourenço Corrêa (1875-1957), um interlocutor privilegiado do autor de Macunaíma (1928), que, embora tenha sido associado a tradição, " não me cabe na mioleira um verso sem metro, sem rima, sem leis ", como confessou em uma carta a Mário após a Semana de Arte Moderna (1922), teve uma influência importante sobre a obras do escritor modernista e foi corresponsável pela autodescoberta de Mário como um poeta, bem como, em parte, pelo amadurecimento de seu estilo. A correspondência prolongada, trocada entre 1917 e 1945 e interrompida apenas pela morte de Mario, também revela outros aspectos humanos como a figura do pai que, em certos momentos Pio representou, e as funções de amigo e confidente do escritor modernista. Intelectualmente, foi a ampla gama de conhecimentos gerais de Pio Lourenço, incluindo linguística e conhecimentos literários, elementos importantes na construção e maturação do estilo Mário de Andrade.