FOGO, de Álvaro Andrade Garcia: o livro digital como escritura palimpséstica
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2017i18p30-41Palavras-chave:
Poesia, palimpsestos, poética digital, Álvaro Andrade GarciaResumo
Neste artigo, propõe-se refletir sobre os procedimentos poéticos no livro Fogo, o qual pode ser tratado como uma produção multiplataforma do autor, uma vez que essa obra contém múltiplas versões, envolvendo as plataformas impressa e digital. No impresso, a obra passa por processos de reescritura, primeiramente porque Fogo (2002) pode ser vista como uma escrita palimpséstica (tal como propõe Gérard Genette) de O beijo que virou poema (1984), uma obra juvenil do autor, e que depois se transformou num duplo de livro de artista, numa parceria entre o autor e a designer Daniela Karan, em 2002. Ao passar para o formato digital, a obra também adquire versões e passa por adaptações, tanto no sentido de explorar o potencial de virtualização quanto para promover uma integração entre a versão digital e as obras originalmente impressas, revistas dentro de uma nova organização de linguagens.