A evolução do livro-objeto: técnica e estética
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2020i24p87-103Palavras-chave:
Literatura para a infância, Livro-objeto, capitalismo artístico, leitor transestéticoResumo
Vivemos numa época em que a cultura, em geral, e a criação literária para a infância, em particular, ostentam uma elevada oferta dominada por um imperativo de renovação e de criatividade constantes. Inscrito numa tendência crescente mais ou menos comercial, o livro, alvo de uma atenção crescente por parte do design, tem vindo a materializar-se em artefactos híbridos provocadores, vocacionados para a exploração das expetativas de prazer, de experiência e de emoção ou afeto dos seus destinatários, desafiando a investigação dedicada à Literatura para a Infância. O presente estudo tem, assim, por propósito a apresentação de uma sucinta visão panorâmica, diacrónica e sincrónica, do livro-objeto, articulada com conteúdos da História do brinquedo ótico, do álbum e do design. Tendo por base a teorização de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy, plasmada no volume O Capitalismo Estético na era da globalização (2014), procuramos problematizar e situar o livro-objeto para a infância no processo de estetização do consumo.