Cultura da conexão, paranoia, sociedade do cansaço e poéticas do romance como enciclopédia aberta
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2021i27p184-199Palavras-chave:
Cultura da conexão, Romance como enciclopédia aberta, Poéticas contemporâneas, Thomas Pynchon, David Foster WallaceResumo
Na cultura da conexão, a sensação de excesso – de informação, de arquivos e de conexões – se faz mais presente. Tais fatores extraliterários influenciam a constituição do discurso literário, como apresenta Italo Calvino (1990), em Seis propostas do próximo milênio, quando discute o romance como enciclopédia aberta. O adjetivo “aberta”, ligado ao substantivo “enciclopédia”, estabelece a relação entre ontem e hoje, entre modernidade e hipermodernidade na cultura do Big Tech. A identificação do aspecto poliândrico da narrativa contemporânea por Carlos Ceia (2007) igualmente enriquece as possibilidades de leitura da poética do romance como enciclopédia aberta, conforme perspectivado nas poéticas de Thomas Pynchon e David Foster Wallace. Objetivamos, portanto, neste ensaio, apresentar aspectos sociais e históricos da era da informação, que auxiliam no entendimento da poética do romance como enciclopédia aberta.
Downloads
Metrics
Referências
CALVINO, I. Seis propostas para o próximo milênio. Trad. Ivo Barroso. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. Trad. Roneide Venancio Majer. 21. ed. Rio de Janeiro, São Paulo: Paz & Terra, 2020.
CEIA, C. A construção do romance: ensaios de literatura comparada no campo dos estudos anglo-portugueses. Lisboa: Almedina, 2007.
CRARY, J. 24/7: capitalismo tardio e os fins do sono. Trad. Joaquim Toledo Jr. São Paulo: Ubu, 2016.
ECO, U. Da árvore ao labirinto. In: ECO, U. Da árvore ao labirinto: estudo histórico sobre o signo e a interpretação. Trad. Maurício Santana Dias. Rio de Janeiro: Record, 2013. p. 13-101.
HAN, B-C. Sociedade do cansaço. Trad. Enio Paulo Giachini. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2017.
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
JENKINS, H. Cultura da conexão: criando valor e significado por meio da mídia propagável. Trad. Patrícia Arnaud. São Paulo: Aleph, 2014.
KAKUTANI, M. A morte da verdade: notas sobre a mentira na era Trump. Trad. André Czarnobai. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018.
MATTOS, F. A cadeia secreta: Diderot e o romance filosófico. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.
PERRONE-MOISÉS, L. Mutações da literatura no século XXI. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
PYNCHON, T. O último grito. Trad. Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
WALLACE, D. F. Graça infinita. Trad. Caetano Galindo. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
WALLACE, D. F. E Unibus Pluram: television and U. S. fiction. In: WALLACE, D. F. The David Foster Wallace reader. New York: Back Bay Groups, 2015. p. 656-707.
WOOD, J. Tell me how it feel. The Guardian, 2001. Disponível em: https://www.theguardian.com/books/2001/oct/06/fiction. Acesso em: 26 out. 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 FronteiraZ. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.