Do som ao traço:
o aspecto musical como processo de composição do poema
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2021i27p65-78Palavras-chave:
Oralidade, Performance, Antiguidade, Poéticas da voz, RitmoResumo
O objetivo deste artigo é demonstrar como os traços musicais, desde a escolha dos instrumentos, passando pelo uso das unidades métricas até a oralidade, constituem uma parte fundamental do processo de composição dos poemas na antiguidade. Para isso, discutiremos a definição dos gêneros poéticos na Antiguidade Clássica, isto é, entre os gregos e romanos, e também buscaremos expandir essa própria noção de “clássico”, ao investigar a oralidade em algumas poéticas de matrizes africanas. Trata-se de uma tentativa de recuperar uma dimensão performática capaz de evidenciar uma singularidade e também de compreender melhor as potencialidades de afecção de cada poema. Em suma, é um movimento teórico que busca recolocar o corpo no centro da enunciação, dentro de comunidades baseadas na comunicação oral, a partir das teorizações de Ruth Finnegan, o que certamente pode gerar ruídos significativos ao longo das transmissões.
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