Do som ao traço:

o aspecto musical como processo de composição do poema

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-4373.2021i27p65-78

Palavras-chave:

Oralidade, Performance, Antiguidade, Poéticas da voz, Ritmo

Resumo

O objetivo deste artigo é demonstrar como os traços musicais, desde a escolha dos instrumentos, passando pelo uso das unidades métricas até a oralidade, constituem uma parte fundamental do processo de composição dos poemas na antiguidade. Para isso, discutiremos a definição dos gêneros poéticos na Antiguidade Clássica, isto é, entre os gregos e romanos, e também buscaremos expandir essa própria noção de “clássico”, ao investigar a oralidade em algumas poéticas de matrizes africanas. Trata-se de uma tentativa de recuperar uma dimensão performática capaz de evidenciar uma singularidade e também de compreender melhor as potencialidades de afecção de cada poema. Em suma, é um movimento teórico que busca recolocar o corpo no centro da enunciação, dentro de comunidades baseadas na comunicação oral, a partir das teorizações de Ruth Finnegan, o que certamente pode gerar ruídos significativos ao longo das transmissões.

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Biografia do Autor

Sergio Maciel Junior, Universidade Federal do Paraná

Mestrando em Letras Clássicas - Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas - Alteridade, Mobilidade e Tradução

André Luiz de Freitas Dias, UniFOA - Centro Universitário de Volta Redonda

Professor Responsável
Doutor em "Literatura, Cultura & Contemporaneidade", pela PUC-Rio.

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Publicado

2021-12-15

Como Citar

Maciel Junior, S. ., & Dias, A. L. de F. (2021). Do som ao traço: : o aspecto musical como processo de composição do poema. FronteiraZ. Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados Em Literatura E Crítica Literária, (27), 65–78. https://doi.org/10.23925/1983-4373.2021i27p65-78