Linhas errantes em A caligrafia de Deus, de Márcio Souza
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2022i28p50-63Palavras-chave:
Amazônia, Leitura, Márcio Souza, Fotonovela, Ditados popularesResumo
Este estudo do conto “A caligrafia de Deus”, de Márcio Souza, evidencia a trajetória da protagonista como leitora de fotonovelas, como também sua crença no ditado popular de que “Deus escreve certo por linhas tortas”. O trabalho focaliza a experiência leitora da personagem e sua relação com a oralidade, representada pelo ditado popular, e com o texto verbal-imagético das fotonovelas. Com ênfase na abordagem sociocrítica, a análise considera aspectos estruturais, linguísticos e temáticos do conto souziano, tendo como aporte teórico Agostinho (2002), Barthes (2004, 2008), Bosi (2017), Buarque (1972), Chartier (1999), Compagnon (2006), Eco (2006), Hardman (2005), Magnani (2001), Melo (2015), Miguel (2021), Perrone-Moisés (1998), Piglia (2017), Sá (2005), Sampaio (2008) e Santiago (2000). Assim, com ironia e acidez crítica, Márcio Souza denuncia a marginalização e o apagamento cultural dos povos nativos em prol de uma política econômica continuadora do processo colonizador.
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