Topologias do desejo em O que te pertence, de Garth Greenwell
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2024i33p103-122Palavras-chave:
O que te pertence, Espaço, Subjetividade, Homoerotismo masculino, Gay cruisingResumo
Tenciona-se, neste artigo, a construção de uma análise espacial do romance O que te pertence (2016), de Garth Greenwell. A obra narra o envolvimento entre um professor americano de ensino médio, residente em Sófia, Bulgária, e um garoto de programa chamado Mitko, que presta seus serviços nos mictórios públicos da capital búlgara. Partindo-se dos pressupostos teórico-críticos de Dimas (1985), Foucault (2013), Augé (1994), Humphreys (1979) e Espinoza (2019), objetiva-se demonstrar como a perspectiva do narrador está fundamentada no que denominamos um olhar desejante do cruising, isto é, modos de percepção espaciais, atrelados ao desejo e à fruição anônima do homoerotismo masculino. Pela exegese das topologias percorridas pelo protagonista, chega-se à conclusão de que a espacialidade, nesse romance, pode ser categorizada em dois tipos: espaços lisos, vinculados a sentimentos de culpa e vergonha experimentados pelo narrador, e espaços rugosos, articulados ao desejo gay permeado de riscos, entre ele e Mitko.
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